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Cultura
Terça - 26 de Junho de 2007 às 18:25

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A cultura é a protagonista do XXIII Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães, que ocorre de 30 de junho a 7 de julho. A programação foi especialmente planejada para que os visitantes conheçam e sintam toda a diversidade cultural que Mato Grosso possui. Música, cinema, teatro, dança, artes plásticas, fotografia e artesanato são algumas das artes que estarão à disposição dos expectadores durante os oito dias do evento, que tem como tema “Caminhos de Guimarães”. O evento é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso, através das Secretarias de Estado de Cultura e de Desenvolvimento do Turismo, e da Prefeitura de Chapada dos Guimarães, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Meio Ambiente.

Um dos destaques será a programação de teatro, que promete envolver, divertir e emocionar a todos. No total, seis peças estarão em cartaz durante o festival, envolvendo aproximadamente 100 artistas. Do Rio de Janeiro, vem uma das principais atrações: “O Descobrimento das Américas”, com Júlio Adrião, ganhador do Prêmio Shell 2005 como melhor ator. O espetáculo será apresentado no dia 5 de julho.

Com texto original de Dario Fo, é uma outra história da descoberta das Américas, inspirada em fatos reais que ocorreram na Flórida e foram contados pelo cronista Cabeça de Vaca. Um Zé ninguém chamado Johan, rústico, malandro e fanfarrão, que se vira contando vantagens, sempre em fuga da fogueira da Inquisição, embarca em Sevilha numa das Caravelas de Cristóvão Colombo. No Novo Mundo, o nosso herói sobrevive a um naufrágio; testemunha a matança; aprende a língua dos nativos; é preso, escravizado e quase engolido pelos índios antropófagos. Safa-se fazendo “milagres” com alguma técnica e uma boa dose de sorte. Venerado como Filho da Lua, ele treina, catequiza e guia os índios num exército de libertação que acaba caçando os espanhóis invasores.

Júlio Adrião dá vida a todos os personagens (o protagonista, índios, espanhóis, cavalos, galinhas, peixinhos, Jesus e Madalena) sem o uso de aparatos (cenário, figurino, iluminação e até o texto são reduzidos ao mínimo). A interação com a platéia é total, pois, durante a apresentação, o ator estabelece um pacto de cumplicidade com os espectadores. É o teatro em sua essência: uma ilusão de realidade que o ator projeta no espaço da cena e o público vê.

De São Paulo vem a companhia Duo Anfíbios, que traz a peça infantil “Gilgamesh – O Rei dos Sapos de Uruk” no dia 7 de julho. Teatro e animação e percussão se misturam para contar a saga de Gilgamesh, o rei-herói da antiga Mesopotâmia, que enfrentou monstros, tempestades e outros desafios. No espetáculo o DuoAnfíbios transformou o herói em um sapo, seu fiel amigo em um pássaro e sua maior inimiga em uma cobra.

O espetáculo mostra sua jornada, porém, transportando-o para o Brejo de Uruk e transformando ele e o seu povo em sapos. Gilgamesh vira Gilgasapo. Seu fiel amigo Enkidu tornou-se um pássaro, Ishtar virou uma cobra e o profeta Utnapishtim também se transformou em um grande e velho sapo-boi. No ano passado, essa montagem recebeu o prêmio de melhor trilha sonora no 10º Festival Nacional de Teatro de Americana. O Duo Anfíbios também participa do festival no mesmo dia, com uma apresentação musical.

E do Rio de Janeiro vem o Centro Teatral Etc e Tal, que apresenta “O Macaco e a Boneca de Piche” nos dias 6 e 7 de julho. A 'Pantomima Literária' é a técnica desenvolvida e utilizada pelo grupo para realizar o seu trabalho cênico. Através da narração simultânea à ação em mímica, as histórias adaptadas pelo grupo ganham vida no palco, levando ao público forte presença cênica e muito bom humor.

O espetáculo conta a saga de uma velhinha de aproximadamente 157 anos que comete loucuras por um simples cacho de bananas. Só que um Macaco, sem idade definida, resolve comer quase todo o cacho. Irada com o furto, ela resolve dar uma lição no macaco e arquiteta um hilariante e terrível plano.

Região – O XXIII Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães também abre espaço para os atores de Mato Grosso, tanto que a maioria das apresentações que integram a programação teatral é feita por companhias do Estado.

No dia 1º de julho, quem sobe ao palco é o Teatro Fúria com “Frederica - A verdade maior que o corpo”. A peça, de autoria de Péricles Anarcos, trata da esquizofrenia, doença mental que se caracteriza por alterações do pensamento, alucinações, delírios, perda de contato com a realidade. È a história de Frederica, uma jovem feliz, careta e aparentemente normal, que tinha um namorado e o amava. No dia de seu aniversário, ele a abandona. A partir daí, a doença se manifesta.

Não há uma narrativa definida. Momentos de lucidez e alucinação dos personagens se misturam durante a encenação. E o público é convidado a participar da peça, sendo parte do elenco. Ele conversa com os atores, toma vinho, janta, é colocado em circunstâncias que forçam sua influência no espetáculo.

O objetivo do Fúria é levar o mundo das pessoas que sofrem desse mal para o palco, reproduzindo seu comportamento tanto na interpretação quanto na estrutura do espetáculo. Para isso, o grupo fez uma extensa pesquisa em instituições médicas.

No dia 5 de julho, o tema é a poesia. A Confraria dos Atores apresenta o espetáculo “Outros Quintanas”, que é uma leitura particular dos poemas e da vida do gaúcho Mário Quintana. A peça é baseada nos livros “Sapato Florido” (1948) e “Espelho Mágico” (1951) e na pesquisa da vida do autor, em que a solidão, o cigarro, o café e lápis foram os principais companheiros.

E é esse universo que é retratado pelos três atores e um músico, mas de uma forma diferente. Os atores se apropriam da poesia para criar movimentos, impressões, sensações e paladares, oferecendo poemas, musicando sentimentos e convidando o público a tomar café ou adentrar o espaço cênico com a mesma liberdade de um ator.

A atriz Talita Figueiredo conta que esse é o primeiro espetáculo da Confraria dos Atores que é voltado para o teatro de rua. “É nossa estréia no Festival de Inverno. Será uma boa oportunidade de mostrar para mais pessoas nosso espetáculo”, avalia Talita.

E para encerrar a programação teatral haverá a apresentação do Teatro Experimental de Alta Floresta (MT) com “Bateia”, que foi contemplado em 2006 com o Prêmio Myrian Muniz da FUNARTE. A peça mostra a trajetória de Fernando que, junto com a família, passa muitas dificuldades na cidade grande. Quando surge a oportunidade dele ir trabalhar num garimpo na região norte de Mato Grosso, ele parte com a esperança de enriquecer. Por um tempo vive na ilusão de encontrar muito ouro, mas nada consegue e sofre um misto de revolta, frustração e solidão no estranho mundo do garimpo.

De acordo com o presidente do grupo, Elenor Cecon Júnior, o Festival de Inverno, por ter repercussão nacional, dará uma visibilidade muito ao Teatro Experimental de Alta Floresta. “Sem contar que somos frutos nascidos nesse Estado maravilhoso e temos orgulho de representá-lo em nossas andanças. Ano passado, por exemplo, percorremos 15 mil quilômetros com 'Batéia'. Estivemos recentemente participando do I Encontro de Artes Cênicas do Cerrado, realizado em Uberlândia/MG e saímos com a sensação, de que nossa produção não deixa a desejar em nenhuma aspecto”, explica Elenor.

Completando a programação há ainda “O Menino Narigudo”, um misto de teatro e dança, que será apresentado pelo Grupo Shakespeare de Sorriso (MT) e Grupo de Dança de Rua de Sorriso (MT). O XXIII Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães conta com o apoio da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Detran-MT, Associação Mato-grossense do Municípios-AMM e Casa das Molduras.

PROGRAMAÇÃO DO TEATRO

1º de julho – DOMINGO

17h – Teatro e Dança O Menino Narigudo Grupo Shakespeare de Sorriso (MT) Grupo de Dança de Rua de Sorriso (MT) Espaço Cultural Frei Osvaldo

19h – Teatro Frederica “A verdade maior que o corpo”. Teatro Fúria (MT) Morro dos Ventos

5 de julho – QUINTA 18h – Teatro Outros Quintanas Confraria dos Atores (MT) Praça Dom Wunibaldo

21h30 – Teatro O Descobrimento das Américas – Direção: Alessandra Vannucci Júlio Adrião (RJ) Espaço Cultural Frei Osvaldo

6 de julho – SEXTA 16h – Teatro O Macaco e a Boneca de Piche Centro Teatral Etc e Tal (RJ) Praça Dom Wunibaldo

7 de julho – SÁBADO 17h – Teatro Gilgamesh – O Rei dos Sapos de Uruk Duo Anfíbios (SP) Espaço Cultural Frei Osvaldo 18h – Circo O Macaco e a Boneca de Piche Centro Teatral Etc e Tal (RJ) Praça Dom Wunibaldo




Fonte: Assessoria

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