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Politica Brasil
Terça - 26 de Junho de 2007 às 07:36
Por: Juliana Scardua

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A Polícia Civil cumpriu ontem sete mandados de busca e apreensão em Barra do Bugres (168 km de Cuiabá), três deles na Câmara Municipal. Também foram apreendidos documentos na casa do vereador Orlando Cardoso e de funcionários do Legislativo local. O ex-presidente da Câmara é suspeito de liderar esquema de desvio de dinheiro público dos cofres do município.

De acordo com informações da Delegacia Fazendária, foram apreendidos 18 malotes de documentos diversos da Câmara e três computadores. Policiais vasculharam e recolheram documentos no gabinete do vereador, na sala e na casa da servidora Queli Cristina de Oliveira.

Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos nas residências do funcionário do Legislativo Ornelino Batista da Silva e de Arnaldo Procópio de Melo, amigo do vereador.

A delegada fazendária Lusia Machado relata que as denúncias contra o vereador partiram de uma “verdadeira coincidência”. O investigado inicialmente pela Polícia Civil trata-se de Arnaldo de Melo, suspeito pelo crime de tráfico de drogas na região. Contudo, após escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, constatou-se que Melo portava um celular do gabinete do vereador e que ambos tinham trocado os aparelhos.

No andamento das apurações, policiais interceptaram no celular de Arnaldo, um diálogo em que Orlando Cardoso ordenava à contadora da Câmara que desviasse documentos do Legislativo. Segundo a delegada, notas fiscais e documentos relativos a licitações da Câmara foram inclusive apreendidos na casa de Queli Cristina.

Em outra conversa telefônica, conforme as informações da polícia, Cardoso cita a existência de uma fita em que pessoas da cidade e funcionários da Câmara são alvo de chantagem por parte do vereador. Ainda em outro diálogo, de acordo com a Delegacia Fazendária, Cardoso pede a intervenção do prefeito Aniceto Miranda para conseguir um atestado médico.

O parecer seria usado como lastro para que o vereador faltasse a uma audiência convocada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) já instituída a Câmara local. Arquivos da Câmara incluem três atestados médicos apresentados pelo vereador.

O prefeito declara que nunca recebeu tal pedido de Orlando e que espera que as denúncias sejam esclarecidas.

“Não estou a par das denúncias em profundidade e apenas sei dos rumores. Espero que tudo seja conduzido da melhor maneira possível e esclarecido”, atesta o prefeito.

Aproximadamente 20 policiais civis e quatro delegados da Delegacia Fazendária e Polícia Civil participaram da operação. Segundo a TV Centro América, “Orlando negou as acusações e disse que foi pego de surpresa com a operação”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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