Fabris retorna à AL, mas vai se licenciar de novo
Com seu estilo explosivo, Fabris tem causado tensão na Assembléia. Não tem papas na língua e já se envolveu em grandes polêmicas. Teve o mandato ameaçado diante interpretação jurídica sobre contabilidade dos votos da eleição do ano passado, em que Carlos Brito se dizia eleito para a vaga.
Os discursos de Fabris em tom agressivo deixam acuado até mesmo alguns colegas parlamentares. Ele se elegeu no ano passado com 20.057 votos. Logo no primeiro discurso nesta legislatura, ele agrediu verbalmente João Halbert, presidente do Instituto de Pesquisas do Centro-Oeste (Ipec), a quem acusou de manipular dados para prejudicá-lo. Chegou a classificar Halbert de malandro e de picareta. Outra vítima de Fabris foi o presidente da MT Fomento, Éder de Moraes. Da tribuna, o deputado o chamou de arrogante.
Ex-vereador por Rondonópolis (89/92), Gilmar Fabris já presidiu a Assembléia (95/96). À época lançou a pedra fundamental para construção da sede própria do legislativo. O projeto só foi consolidado na prática uma década depois. A obra ficou embargada por vários anos, sob suspeita de irregularidades.
Nas eleições de 2002, Fabris investiu pesado na campanha, mas os 14.658 votos conquistados lhe garantiram apenas a 1ª suplência. Sob colaboração dos titulares Campos Neto, Joaquim Sucena e Zeca D'Ávila, aliado à articulação de seu padrinho político Jaime Campos, Gilmar Fabris assumiu cadeira. Enfrentou embates. Em 2004, numa discussão sobre greve dos profissionais da educação com a então deputada Vera Araújo, Fabris amedrontou a petista. Lembrou que quando presidia a AL presenciou discussões acirradas e até agressão física na galeria: "Isso aqui é igual luta de boxe. E não adianta! Cada um tenta acertar ... é no rim, é no estômago e ... assim vai até à lona!."
A Assembléia apresenta hoje no seu quadro de 24 deputados alguns com novo perfil. Fabris talvez seja um dos poucos que não tenham percebido o tempo passar.
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