Foi violência o que fizeram comigo, diz prefeito Leitão
Leitão foi um dos 45 presos em 15 de maio na Operação Navalha, sob acusação de desvio de licitação para contemplar a empresa Gautama numa obra de esgotamento sanitário no município. Em moeda de troca, segundo a Polícia Federal, teria recebido R$ 200 mil de propina. O prefeito ficou preso por quatro dias.
"Não tem acusação contra mim. Teve a operação na minha casa, me levaram (preso) e nem deixaram cópia do que levaram de casa. Não existe indiciamento. A forma como foi usado é errada", afirmou o prefeito sinopense, numa referência à operação da PF. De acordo com Nilson Leitão, "existe uma suposição, pressunção de coisas erradas de direcionamento de licitação e pedido de propina".
Explicou que o financiamento para o projeto de rede de esgoto foi legítimo. Observa, porém, que os recursos nem foram liberados. Destaca que o Consórcio Xingu, do qual a empreiteira Gautama faz parte, ganhou a licitação numa concorrência com outras 16 empresas.
Na avaliação do prefeito, que ainda não conseguiu superar o trauma de ter saído de sua residência algemado, o que aconteceu "não é normal". Insinuou perseguição política. Ele questionou o que chama de tratamento truculento e exposição pública de sua imagem.
Questionou o porquê de, em casos de flagrante de corrupção, como nos episódios do dólar na cueca, caixa 2 do PT, mensalão e dossiê antitucanos, personagens centrais dos escândalos não foram presos e algemados, como os petistas Sílvio Pereira, Delúbio Soares e Marcos Valério. "Nesses casos não houve algema. No seu caso foi o contrário. Nos prenderam para perguntar. Não vou posar de vítima. Foi uma violência e só o tempo vai poder mostrar que eu estou certo e que sou inocente nessa história", enfatizou o prefeito tucano.
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