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Cultura
Sexta - 22 de Junho de 2007 às 22:19

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A OMC (Organização Mundial do Comércio) tentará superar até meados de julho o fracasso da reunião do G4 em Postdam (Alemanha), integrado por Brasil, Estados Unidos, União Européia e Índia, informaram nesta sexta-feira fontes ligadas à entidade.

Os 150 Estados que são parte da OMC concordaram em fechar um prazo de três semanas para explorar a via multilateral nas negociações para a liberalização dos intercâmbios internacionais. Está previsto que se adote uma decisão em meados de julho para uma possível reunião em nível de ministros.

Hoje, os 150 membros da OMC se reuniram em Genebra para avaliar a situação e decidir o caminho que devem seguir após o fracasso em Postdam.

Na quinta-feira, o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, advertiu que o fracasso do G4 não significava o fim das negociações multilaterais.

Os representantes de Bruxelas e Washington, de um lado, e os de Nova Déli e Brasília, do outro, trocaram acusações pela falta de resultados, mas não deram por morta a Rodada Doha de liberalização do comércio mundial, que registrou poucos avanços desde seu início há quase seis anos.

"Acho que é difícil [obter um acordo], mas não impossível", disse o chanceler brasileiro, Celso Amorim, após uma reunião em Genebra com Lamy.

Amorim indicou ainda que o Brasil vê espaço para que as concessões que não foram obtidas em Doha em nível multilateral possam ser promovidas em acordos bilaterais posteriores como, por exemplo, na negociação entre a União Européia (UE) e o Mercosul, paralisada à espera dos resultados da OMC.

De qualquer modo, Amorim e o ministro indiano do Comércio, Kamal Nath, consideraram que este é o fim do G4. O grupo era uma das últimas esperanças de se obter um acordo ou de facilitar um compromisso ampliado a todos os membros da OMC. "O G4 está morto", decretou o chanceler brasileiro. "É o fim da viagem do G4. Agora, compete à OMC em seu conjunto fazer a Rodada Doha avançar", concordou Nath.

"Era inútil prosseguir as negociações levando em consideração o que estava sobre a mesa", declarou Amorim na quinta-feira.

De acordo com Amorim, os representantes de Washington e Bruxelas chegaram a Potsdam "com um nível mútuo de conforto".

"Já sabiam o nível de intercâmbio dos produtos industriais e os produtos especiais que esperavam de nós", comentou em referência à redução das taxas de importação para estes bens.

Estados Unidos e UE exigem da Índia e do Brasil uma redução das taxas de importação sobre os produtos industriais em troca de concessões na agricultura.

Washington e Bruxelas fizeram uma constatação inversa à Brasília e Nova Déli. Segundo a representante americana de Comércio, Susan Schwab, um lado da mesa fez ofertas e o outro foi infeliz.

"Apesar de, na Europa, estarmos dispostos a oferecer muito, não podemos fazer isso sem obter nada em troca", declarou, por sua vez, o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson.

As negociações prosseguirão em um contexto multilateral, para alívio de muitos países em desenvolvimento que se consideravam marginalizados pelo G4.

"O sistema multilateral não pode ser utilizado como um selo para legitimar as decisões adotadas por alguns", declarou Gail Mathurin, embaixadora da Jamaica na ONU, que representa o "G90 Plus" (grupo de países menos desenvolvidos).

Antes mesmo da reunião de Potsdam, talvez prevendo o que aconteceria, Lamy advertiu: "o G4 não dispõe de uma chave de acesso especial às negociações".





Fonte: France Presse

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