DEM cobrará isenção de Maggi em 2008
A isenção reivindicada pelo DEM é justificada pelo impasse que terá de ser administrado por Maggi em compatibilizar as articulações do Partido da República e a postura de rival nas urnas com partidos e lideranças que hoje compõem a base de apoio ao governo.
O deputado estadual Dilceu Dal Bosco afirma que o alerta sobre tal imbróglio já foi feito ao governador em almoço mantido na semana passada, que também contou com a participação do deputado Percival Muniz (PPS). Ele ressalta que a questão agora será encaminhada em caráter oficial pelo partido.
O deputado cita o município de Sinop, seu reduto eleitoral, como emblema da “delicada” situação eleitoral. O cenário de candidatos aventados à disputa nas urnas nas pesquisas inclui o próprio Dilceu e o deputado Juarez Costa, do PMDB, ambos da base de sustentação do governo Maggi.
Porém, o governador já manifestou apoio incondicional à candidatura do secretário de Estado de Esportes e Lazer, Baiano Filho, pelo Partido da República. “Todos os aliados do governo estariam hoje na disputa em Sinop. Mas como é que ele irá prestigiar um nome em detrimento de outros quatro ou cinco?”, questiona Dal Bosco.
O líder do DEM defende o afastamento de Maggi dos palanques onde haja o confronto nas urnas de aliados como a posição esperada de um líder que coordena um governo “suprapartidário”. “Seria muito melhor estrategicamente, sendo o governo pluripartidário, que ele deixe para que as questões de disputa se resolvam no município. O partido fará o apelo institucional para que o governador fique acima das questões eleitorais, senão será criado um problema sério no futuro”, declara.
No início de abril, durante lançamento da sede do PR no Estado, o governador reconheceu que irá marcar uma posição clara em prol dos candidatos do PR durante o processo eleitoral. A decisão foi então referendada pelo secretário-geral da legenda, Luiz Antônio Pagot, e contraria a prática adotada por Maggi no pleito de 2004, em que se eximiu de aparições públicas em comícios de vários candidatos.
Dal Bosco reconhece que o desenho que se forma no cenário político mato-grossense deverá realçar o PR como grande adversário nas eleições municipais. Contudo, o deputado ressalta que a queda-de-braço pelos votos não terá privilegiados, mas sim uma grande batalha de forças com partidos tradicionais no Estado. “A história mostra que não é porque está no poder que um governante consegue ganhar a maioria das eleições. O jogo será bastante dividido”, projeta.
Comentários