Assembléia vai discutir proposta para o alcooduto
Na última terça-feira (19), os deputados Carlos Avalone (PSDB), José Domingos Fraga (DEM) e Wagner Ramos (PR) estiveram em Campo Grande (MS) com empresários para discutirem a implantação efetiva do alcooduto em Mato Grosso.
De acordo com o parlamentar, os convites para o seminário serão estendidos aos governadores de Campo Grande, do Paraná e de Mato Grosso, André Puccinelli, Roberto Requião e Blairo Maggi, respectivamente.
Além dos governadores, serão convidados representantes da Federação das Indústrias de Mato Grosso – Fiemt e o ex-ministro dos Transportes do governo Lula, Roberto Rodrigues. “Ele é um dos maiores entendedores da questão sucroalcooleiro”, disse Avalone.
No Mato Grosso do Sul, segundo Avalone, existe 41 projetos para a instalação de usinas de etanol, em Mato Grosso não existe nenhuma proposta. “Aqui, o governo está preocupado com a produção da soja e algodão. O Estado é uma grande fazenda. Parece que não há visão logística. O milho e a cana-de-açúcar são importantes, mas as usinas também o são. O governador precisa discutir isso melhor”, observou o parlamentar.
Em MS, o parlamentar disse que o governo está concedendo incentivos fiscais de até 90% de isenção de ICMS às usinas, no momento em que começarem a produzir álcool.
“Mesmo com a carga tributária reduzida, o estado vai agregar mais empregos sem diminuir a arrecadação, porque 41 usinas pagando 10% de imposto é mais que 10 delas pagando 90% do tributo, em cima de uma produção pequena”, analisou Carlos Avalone.
Meio Ambiente
Conforme o parlamentar, não existem casos de acidentes com vinhoto em usinas há mais de 15 anos em Mato Grosso. “O vinho é usado hoje para fertilizar a terra. Não chega ao lençol freático”, observou.
Quanto à limitação da área do Pantanal, Carlos Avalone afirmou que a área territorial de Mato Grosso é de pouco mais de 900 mil quilômetros quadrados e apenas 10% é Pantanal. Já o estado do sul, a área é de 350 mil quilômetros quadrados e a área do Pantanal é de 27%.
Para o deputado, a Bacia do Alto Paraguai, em Mato Grosso do Sul, é de 48% de todo o território. Nos demais 52% da área, o governo vai incentivar a construção de 41 usinas.
“Mato Grosso tem muito mais que isso. Vamos deixar a discussão do Pantanal para um segundo momento, não que vamos excluí-la. O Pantanal tem que ser discutido com segurança porque é um Patrimônio da Humanidade”, destacou Avalone.
De acordo com o parlamentar, uma das áreas possíveis de investimentos é a da Região do Araguaia. Segundo Avalone, a Rede Cemat está investindo 422 quilômetros de energia, a BR-158 já está licitada para a conclusão da pavimentação da rodovia.
“Lá, tem condições de instalar pelo menos 20 usinas, o que significa a geração de 80 mil novos empregos. Em Mato Grosso do Sul, o Senai está qualificando pelo menos 150 mil pessoas. É uma revolução boa para o estado”, observou.
O alcooduto é trazer gasolina das refinarias e mandar para lá o álcool mato-grossense. Para Avalone, a redução do custo de transporte é de pelo menos 75%. “Isso pode diminuir o preço do combustível – diesel e gasolina – Em mato Grosso acaba viabilizando a produção, mas para isso é preciso uma contra-partida.do governo”.
Segundo o parlamentar, falta decisão política para viabilizar a vinda de usinas de álcool a Mato Grosso. “O Estado precisa investir em usinas de álcool, mas enfrenta problemas em infra-estrutura”, disse Avalone.
Mato Grosso do Sul, conforme Avalone, investiu R$ 8,4 bilhões, em cinco anos, sendo que 50% do capital são de empresas estrangeiras. “O sindicato sucroalcooleiro de Mato Grosso e outros empreendedores já se posicionaram favoráveis a investimentos no setor”, destacou o parlamentar.
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