Estudo estima tempo de recuperação da mata
A pesquisa, conduzida por cientistas brasileiros e americanos, é importante porque ajudará os especialistas a calcular quanto tempo as selvas tropicais demoram para se recuperar dos desmatamentos. Além disso, o estudo permitirá melhorar a gestão dos ecossistemas da floresta amazônica com problemas.
A pesquisa indica que em torno de 16% da floresta tropical da Bacia do Amazonas no Brasil foram desmatados para uso agrícola, mas os especialistas acreditam que metade dessa área poderá se regenerar.
A equipe encabeçada por Eric A. Davidson, do Centro de Pesquisa Woods Hole, nos Estados Unidos, mostrou a influência dos níveis do nitrogênio e do fósforo no reflorestamento. Após o abandono dos cultivos agrícolas, a terra fica com níveis de nitrogênio baixos, o que faz com que as plantas conservem o pouco que resta.
No entanto, quando a floresta volta a surgir e os níveis de nitrogênio aumentam, o fósforo se transforma no elemento que limita o reflorestamento das plantas. Dessa forma, as árvores se conservam pior com o nitrogênio, os ciclos da substância se recuperam e o ecossistema filtra, inclusive, parte do nitrogênio à atmosfera em forma do gás de efeito estufa óxido nítrico.
Com o experimento, os pesquisadores estimaram que o ciclo de nitrogênio se recupera depois de passados 70 anos dos desmatamentos, afirmou um dos especialistas, Luiz Martinelli, da Universidade de São Paulo em Piracicaba. Ele afirmou que "é interessante levar em conta que a floresta amazônica tem capacidade de recuperação" e que "é a primeira vez que um estudo mostra essa capacidade".
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