Senado vive clima de indefinição
Renan é acusado de receber ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos. De um lado, Democratas e PSDB já avisaram que tentarão adiar a votação. Querem a continuidade das investigações. Juntos, os dois partidos têm cinco votos, além do voto do corregedor Romeu Tuma (DEM-SP), também integrante do conselho. Somam-se a esses o voto de Jefferson Perez (PDT-AM), também favorável ao adiamento. Com isso, são sete votos contra o arquivamento.
Ao todo, o Conselho de Ética tem 16 integrantes. O décimo sexto voto é do presidente do órgão, Sibá Machado (PT-AC), que só se manifesta em caso de empate. Os demais votos são de aliados de Renan. Pelo menos três sinalizaram que não concordam com o arquivamento: Eduardo Suplicy (PT-SP), Augusto Botelho (PT-RR), e Renato Casagrande (PSB-ES).
Em almoço nesta quarta com a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Botelho e Casagrande cogitaram a hipótese de votar pela "abstenção": ou seja, nem a favor, nem contra. O que pode criar um problema dentro do conselho.
Alguns senadores interpretam que a abstenção favorece Renan, porque contaria apenas para quórum, bastando maioria em cima dos votos contrários ao arquivamento para a vitória do presidente do Senado.
No entanto, outros senadores acreditam que Renan precisaria da maioria dos 15 votantes (pelo menos 8 votos) para aprovar o relatório feito pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA). É que um parecer aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 2004 diz isso.
Agora, em meio a esses prognósticos, a expectativa é que a sessão seja tensa, com indagações dos senadores sobre outras questões. O senador Demóstenes Torres (DEM-GO), por exemplo, avisou que pedirá uma explicação sobre que tipo de relatório o Conselho de Ética votará: a abertura de investigação ou a conclusão de uma apuração iniciada. "Porque ser for a conclusão de investigação, a derrubada do relatório do Cafeteira é a condenação do Renan. Precisamos esclarecer", disse.
Renan foi procurado pelos senadores do PSDB para aceitar o adiamento da votação. O senador, porém, disse que não pretende protelar ainda mais essa sessão, embora não tenha certeza de que poderá sair vitorioso.
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