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Politica Brasil
Quarta - 20 de Junho de 2007 às 12:21

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A discussão em torno da implantação da Hidrovia “Teles Pires – Tapajós” ganhou novo fôlego neste final de semana e segue com a perspectiva de uma audiência pública, para os próximos dias. No último sábado (16), o deputado Otaviano Pivetta (PDT) esteve em Alta Floresta reunido com mais de 100 pessoas interessadas em viabilizar a implantação da hidrovia para realizar um sonho antigo e necessário para o desenvolvimento sustentado do Nortão.

A hidrovia prevê ligar o Norte e Nordeste de Mato Grosso até os portos do Pará, agilizando e desonerando o escoamento da produção agropecuária dessa região. “O descaso com a logística tem impedido Mato Grosso de crescer e tornou o escoamento um peso no bolso dos produtores. O investimento no setor modal é um importante passo para o desenvolvimento sustentável desse estado e a hidrovia é um dos meios mais baratos e ecologicamente benéfico”, defende Otaviano Pivetta.

Da reunião em Alta Floresta também participou o deputado Ademir Brunetto, as prefeitas Maria Izaura Dias Alfonso (Alta Floresta) e Silda Kochemborger (Apiacás), vereadores de mais de 35 municípios da região e cerca de 70 pessoas entre representantes da Comissão Pró-hidrovia, do Conselho de Desenvolvimento da Amazônia e da sociedade organizada, como Rotary e Lions Clube.

AUDIÊNCIA PÚBLICA

A principal deliberação da reunião foi a realização de um amplo debate com a população sobre o tema, por meio de audiências públicas. A primeira será em Apiacás. Sem data definida, a audiência pública dará corpo e força às discussões de implantação da “Teles Pires - Tapajós”.

Segundo a prefeita Maria Izaura, essa discussão é de interesse de todos os segmentos da sociedade. “Exemplo disso foi essa primeira reunião, da qual participaram empresários, políticos, madeireiros, produtores, representantes da sociedade em geral. Essa reunião trouxe novo ânimo. Estamos todos esperançosos”, disse a prefeita.

De acordo com ela, o extremo Norte de Mato Grosso vive uma situação de isolamento, sem alternativa de lucratividade nas suas principais atividades econômicas: a pecuária e a extração da madeira, por conta do escoamento. A hidrovia ainda servirá de corredor de exportação de toda a produção agropecuária da região Norte, considerada o “celeiro do mundo”, e que agrega grandes produtores de soja, milho, algodão e arroz.

Outra vertente debatida durante a reunião se refere à viabilização financeira da obra. Os interessados querem o apoio do Poder Público (Governo do Estado de Mato Grosso e Governo Federal), mas já falam em formar um consórcio com grandes empresas privadas.

O apoio do Governo Federal pode vir logo, já que um projeto de lei que prevê a inclusão da hidrovia “Teles Pires - Tapajós” no Plano Nacional de Viação, está sendo encaminhado à Câmara dos Deputados. O projeto é do senador paraense, Flexa Ribeiro, e foi aprovado na Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) do Senado, com 13 votos favoráveis.

No intuito de fortalecer as discussões, prefeitos de seis municípios que formam o Consórcio de Desenvolvimento Econômico do Vale do Teles Pires vão se integrar à frente que se formará pela “Teles Pires - Tapajós”. Formam o consórcio os municípios de Alta Floresta, Carlinda, Nova Bndeirantes, Nova Monte Verde, Paranaíta e Apaiacás. Outra manifestação de apoio veio do Consórcio Portal da Amazônia.

HIDROVIA

Em seu projeto inicial, a hidrovia “Teles Pires - Tapajós” começaria em Alta Floresta, no rio Tapajós, afluente da margem direita do rio Amazonas, e segue por 851 km de extensão até a confluência dos rios Teles Pires e Juruena. As novas discussões levam para o Porto de Macapá/AP. Em um segundo momento, a hidrovia desceria até Sinop, pelo Teles Pires.

Com a sua implantação, produtores rurais da área de influência acreditam que o escoamento da produção agropecuária da região Norte e Nordeste do Estado sairá bem mais barato que a atual alternativa: a BR-163.

As discussões para a criação da hidrovia “Tapajós-Teles Pires” se arrastam por mais de 20 anos. Em 1999, uma decisão judicial suspendeu os estudos de implantação da hidrovia. A reunião de Alta Floresta foi o primeiro encontro depois dessa decisão. “Apertamos o botão para a retomada das discussões. Agora, vamos debater amplamente e formatar um plano para a construção da hidrovia”, finalizou Otaviano.





Fonte: 24 Horas News

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