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Politica Brasil
Quarta - 20 de Junho de 2007 às 07:40

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Sob clima de tensão, o Senado avalia se vota, nesta quarta-feira (20), no Conselho de Ética, o relatório que pede o arquivamento do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de receber ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos.

Embora a votação esteja marcada para a sessão que começa às 13h30, aliados do próprio Renan e senadores da oposição admitem que ela pode novamente ser adiada. A decisão será tomada em várias reuniões que devem ocorrer pela manhã desta quarta.

Além disso, o presidente do Conselho de Ética, Sibá Machado (PT-AC), avisou que anunciará às 9h o novo relator do processo em substituição a Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que pediu licença por motivos de saúde. Na noite de terça, o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), informou que Wellington Salgado (PMDB-MG) será o substituto. Sibá, porém, não confirmou.

Segundo a assessoria do presidente do Conselho de Ética, alguns senadores foram consultados para assumir o cargo, mas teriam ficado de dar a resposta somente nesta quarta. Desde segunda-feira (18), pelo menos três senadores recusaram a função: Valter Pereira (PMDB-MS), Leomar Quintanilha (PMDB-TO) e Augusto Botelho (PT-RR).

Perícia

Na noite de terça (19), a Polícia Federal entregou ao Conselho de Ética um laudo sobre os recibos de rendimentos rurais apresentados por Renan Calheiros para comprovar que ele teria renda para pagar as pensões à jornalista.

A perícia, porém, não foi conclusiva. A PF informou que não teve tempo de verificar se as transações comerciais são verdadeiras. Segundo o laudo, não há como assegurar a lisura das transações porque a PF não teve acesso às contraprovas e, portanto, não é possível identificar se os negócios foram realmente fechados. Além disso, a PF aponta que há problemas de cronologia nas notas e rasuras.

A PF informou também que isso não aponta necessariamente irregularidades e afirmou que precisaria de mais tempo para investigar.

Avaliação

Para Renan, há o risco de perder caso seu futuro seja colocado em jogo nesta quarta. Em conversas reservadas, seus aliados admitem que a situação do colega está cada dia mais desgastada e uma vitória dentro do Conselho de Ética não está garantida. Colocar o relatório em votação e perder seria uma derrota política desastrosa, avalia um senador aliado de Renan.

Por isso, Renan e sua tropa de choque decidirão até às 13h30 se manterão a votação nesta quarta. Outra estratégia seria votar ainda hoje, segundo a colunista do G1 Cristiana Lôbo, por conta da pressa para encerrar o assunto.

Adiamento

Senadores como Eduardo Suplicy (PT-SP) e Renato Casagrande (PSB-ES), aliados de Renan, sinalizaram que, com 'as lacunas', não devem votar a favor de Renan nesta quarta. Outro que não confirma seu voto pelo arquivamento é Augusto Botelho (PT-RR).

Com isso, Renan conta com apenas cinco votos certos dos 15 (o décimo sexto, do presidente do conselho, só vale em caso de empate) do órgão: os quatro do PMDB e o do próprio relator.

Já a oposição avisa que manterá a mesma estratégia caso o conselho decida votar o relatório: tentar derrubar o arquivamento e aprovar a continuidade das investigações. As bancadas do Democratas e do PSDB se reúnem nesta manhã para discutir e bater o martelo sobre a votação.

O relator

Se a escolha de Salgado for confirmada por Sibá, seu nome deve sofrer resistência da oposição. Isso porque Salgado, aliado de Renan, já anunciou na última sexta (15) seu voto a favor do relatório de Cafeteira.

Pelo regimento, o novo relator não poderia alterar a conclusão de Cafeteira porque o processo de votação já foi iniciado na última sexta. Cumpriria apenas a posição burocrática de ocupar o seu lugar na votação.

Entretanto, alguns senadores interpretam que, após os depoimentos ocorridos na segunda (do advogado de Mônica, Pedro Calmon Filho, e do lobista Cláudio Gontijo), e da perícia da Polícia Federal nos documentos de Renan, esse relator substituto será obrigado a emitir, pelo menos, uma opinião sobre o assunto.





Fonte: G1

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