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Politica Brasil
Terça - 19 de Junho de 2007 às 14:33

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O cenário de queda de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado passou a ser cogitado no Palácio do Planalto. Até a semana passada, prevalecia a avaliação de que Renan se enfraqueceria, mas permaneceria no comando da Casa.

Desde as revelações do repórter Fernando Rodrigues, no último dia 13 (acesso só para assinantes da Folha e do UOL), a respeito do alto valor da arroba dos bois de Renan, e da reportagem do "Jornal Nacional" questionando a lisura de suas operações de venda de gado, a situação do presidente do Senado voltou a se complicar. Gravemente, na opinião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem sido "solidário à distância", nas palavras de senadores aliados que estiveram com o petista.

A tentativa atrapalhada de aliados de Renan de abafar logo o caso trouxe dano à imagem do Senado, que já andava ruim. Agora, entre a solidariedade a um senador e o instinto de sobrevivência, parte dos governistas e até de oposicionistas "simpáticos" a Renan não estaria propensa a patrocinar uma absolvição com ares de pantomima.

O enfraquecimento político de Renan interessava a Lula, pois ele é um aliado que sabe ser duro nas cobranças de contrapartidas de seu apoio ao governo --cargos e verbas públicas. Entretanto, sua queda ou o cenário de desmoralização de Renan, no qual o peemedebista tentaria se manter no posto a qualquer custo, não interessam ao governo.

Haveria, na opinião de articuladores políticos do presidente, semelhança com o processo que resultou na eleição de Severino Cavalcanti para presidente da Câmara em 2005. Naquele episódio, o governo perdeu de vez o controle de sua articulação política no Congresso.

Próximos lances

A eventual queda de Renan poderia desencadear processo parecido no começo do segundo mandato de Lula, trazendo novamente complicações políticas num bom momento econômico. O presidente aguarda os próximos lances do agravamento da saúde política de Renan. Lula tem dito que a salvação do presidente está nas próprias mãos dele: se for verdadeira a sua versão a respeito dos recursos destinados ao pagamento de despesas pessoais.

Publicamente, o Palácio do Planalto deverá manter a posição de que se trata de um problema do Legislativo a respeito do qual não tem opinião.

No início do caso Mônica Veloso, Renan foi aconselhado, inclusive por auxiliares de Lula, a apresentar uma versão que não pudesse ser desmontada. No entanto, anda a pleno a vapor a desconstrução dos fatos apresentados pelo senador.

Mais: encerrado o atual imbróglio, Renan teria ainda outro episódio desgastante a enfrentar. Na avaliação da Polícia Federal, desdobramentos da Operação Navalha poderão trazer mais problemas para o presidente do Senado. Ele estaria numa espécie de "zona cinzenta", na qual indícios de hoje poderiam se transformar em provas amanhã.





Fonte: Folha Online

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