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Politica Brasil
Terça - 19 de Junho de 2007 às 10:47

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O filósofo Mangabeira Unger, filiado ao Partido Republicano Brasileiro (PRB), toma posse na tarde dessa terça-feira e antes mesmo de assumir a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo - que já mudou de nome duas vezes - deu muita dor de cabeça ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quando anunciou a pedido do vice-presidente da República, José Alencar, também do PRB, a pasta para Mangabeira, Lula viu o artigo do filósofo classificando seu governo como "o mais corrupto da história" ser republicado nos veículos de imprensa. E os constrangimentos aumentaram com o passar das semanas.

Mangabeira foi anunciado oficialmente como novo ministro de Lula no dia 24 de abril. A demora chegou a causar rumores de que o filósofo poderia se tornar um engano antes mesmo de assumir a pasta. Até o final do mês passado, Mangabeira era tratado com desconfiança pelos colegas do governo por causa do artigo publicado no jornal Folha da S.Paulo em 2005 onde pedia também o impeachment do presidente Lula, que o perdoou ainda durante a campanha de 2006. À época, o filosofo chegou a subir no palanque de Lula.

Mas, no último dia 30, antes de sair dos Estados Unidos, Mangabeira ampliou as incertezas dentro do governo em torno de sua indicação. Ele ingressou com uma ação indenizatória contra a Brasil Telecom, empresa de telefonia que tem como principais sócios fundos de pensão de estatais. Enquanto lecionava em Harvard, Mangabeira também atuava como uma espécie de consultor da concessionária de telefonia e iniciou uma cobrança judicial contra os atuais patrões. O filósofo era um dos indicados do antigo presidente e desafeto do governo, o empresário Daniel Dantas. Quando os fundos de pensão, associados ao Citigruop, resolveram retomar o controle da Brasil Telecom trocaram toda diretoria do grupo e, com isso, desligaram as pessoas ligadas a Dantas. Mangabeira estava na lista, mas depois fez um acordo.

O processo irritou o governo e o filósofo quase perdeu seu posto na Esplanada dos Ministérios. Mangabeira informou que desistiu do processo depois do novo mal estar. Na semana retrasada, o filósofo causou mais um constrangimento ao presidente quando fez uma consulta à Comissão de Ética Pública, questionando se poderia acumular as funções de ministro e consultor da Brasil Telecom. Claro, a Comissão disse que se configuraria o conflito de interesses.

A pasta de Mangabeira será responsável pelo planejamento do Brasil para os próximos anos, em especial por traçar os passos para o bicentenário da independência, em 2022. Nessa posição, o filósofo certamente dará as diretrizes para o desenvolvimento da área de telecomunicações nos próximos anos.

Apesar de todas as controvérsias envolvendo sua nomeação, Mangabeira não desistiu do cargo e tomará posse mais tarde tendo que prestar algumas explicações sobre suas posições contraditórias.

A Secretaria que já foi de Ações de Longo Prazo, depois Secretaria de Planejamento Estratégico, passou a se chamar Secretaria de Planejamento de Longo Prazo. Ela vai unificar outros dois órgãos do governo, o Núcleo de Assuntos Estratégicos (NAE) e o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Os dois passam a ficar sob o guarda-chuva do novo ministério.

Lula quer que a pasta produza cenários e diagnósticos que permitam o desenvolvimento mais acelerado do Brasil. O presidente quer deixar para seu sucessor planos com linhas mestras definidas, indicando os caminhos a seguir.





Fonte: Terra

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