Corrupção mancha imagem de Lula, diz jornal
Ainda assim, o jornal observa que Lula, reeleito no ano passado com uma grande votação, "é às vezes chamado de presidente-Teflon, por causa de sua capacidade de se livrar dos escândalos".
"Lula, como a maioria dos políticos brasileiros, chegou ao poder prometendo atacar a corrupção arraigada. Esse objetivo se mostrou um trabalho de Sísifo, porém, em uma nação onde o suborno parece impregnado no sistema político, custando bilhões anualmente aos contribuintes com concorrências fraudadas e outras práticas ilícitas", diz a reportagem.
O jornal relata que "desde que Lula tomou posse, em 2003, escândalos com nomes como Hurricane, Anaconda, Vampiro e Dossiegate derrubaram centenas de funcionários públicos - juízes, membros do Congresso, policiais e quatro membros do ministério".
Cinema
Para o Los Angeles Times, "os escândalos vêm e vão como os últimos lançamentos no cinema". "Com cada escândalo, conversas telefônicas grampeadas, vídeos clandestinos, dados bancários e inventários de buscas judiciais são vazadas para a mídia", diz o jornal, afirmando que, apesar de muitos políticos acabarem perdendo o cargo, "um sistema judicial ineficiente garante que a maioria escape da prisão".
A reportagem comenta que "nenhum escândalo até agora atingiu Lula pessoalmente", mas avalia que "os subornos podem prejudicar os objetivos de Lula para o segundo mandato".
"A queda de políticos aliados ameaça debilitar a aliança governista. Fraude em obras públicas podem enfraquecer o projeto de Lula para investimentos em infra-estrutura, cujo objetivo é estimular o crescimento", conclui a reportagem.
Os escândalos também são tema de reportagem do jornal argentino Clarín, que cita a imprensa brasileira para afirmar que "o irmão e o amigo do presidente brasileiro serão denunciados pelo Ministério Público como integrantes de uma 'poderosa organização criminosa'".
"Genivaldo da Silva, conhecido como Vavá, irmão mais velho de Lula, será acusado de 'tráfico de influências e exploração de prestígio' em favor do dono de várias casas de bingo e de empresários interessados em obter contratos relacionados com o Estado brasileiro", relata a reportagem.
O jornal observa que "na operação Xeque-Mate foi descoberta uma ampla rede criminosa da qual faziam parte empresários, autoridades e policiais: duas de cada três delegacias da cidade de São Paulo, a maior do Brasil, teriam recebido subornos para deixar funcionar máquinas caça-níqueis, proibidas".
A reportagem diz ainda que nos autos apresentado pela Polícia Federal ao Ministério Público "se afirma que, apesar de o nome do presidente Lula ser citado em algumas das 617 gravações realizadas pelos investigadores, em nenhum caso ele é associado com algum delito".
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