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Politica Brasil
Quinta - 14 de Junho de 2007 às 20:29

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Um é a favor, mas vota contra. Outro é contra, mas vota a favor. A discussão da proposta sobre o sistema de lista fechada produziu distorções como essas, além das rebeliões internas em vários partidos. Na noite de ontem, durante a sessão da Câmara que tentava começar a votação da reforma política, os deputados baianos Jutahy Junior (PSDB) e Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), adversários no Estado, eram o exemplo perfeito da distância entre a convicção pessoal e o voto partidário.

Jutahy é um antigo defensor da lista fechada, sistema em que o eleitor vota em uma relação feita pelo partido e não mais em seu candidato preferido. O tucano acredita que esta é a única saída para o financiamento público de campanha, que proíbe as contribuições de pessoas físicas e jurídicas. Na Bahia, que tem o predomínio político da família de ACM Neto, por meio do avô do deputado, o senador Antonio Carlos Magalhães, os tucanos têm grandes dificuldades para obter contribuições privadas. Jutahy defende as listas fechadas por achar que fortalecem os partidos e tornam as campanhas mais baratas. No entanto, na tarde de terça-feira, o PSDB decidiu que ficaria contra a lista fechada, defendida pelo DEM, pelo PT, pelo PC do B e pela maioria do PMDB.

"Não havia ambiente de fazer uma mudança desse impacto sem fazer uma reforma mais profunda. Veja que a mídia está contra, que a imagem passada para o eleitor é de que ele vai perder o direito do voto direto, de escolher o candidato que achar melhor. Eu me convenci que o melhor neste momento é o PSDB defender uma reforma mais profunda, com mudanças constitucionais", afirmou Jutahy. Na verdade, os tucanos avaliaram que não valia a pena o desgaste de defender uma proposta aparentemente impopular e encampada pelo PT, embora o relator do projeto de lei, Ronaldo Caiado (GO), seja do oposicionista DEM.

No sentido contrário está ACM Neto. Deputado mais votado da história da Bahia, com quase 437 mil votos, tem, além do avô senador, tios e primos na política. É beneficiado pela tradição familiar, embora tenha demonstrado vôo próprio no Parlamento. Teria o primeiro lugar garantido na lista do DEM baiano, se fosse aprovada a mudança nas regras. No entanto, prefere o sistema atual. "A gente sabe que a elaboração de listas partidárias não é fácil, que muitos partidos têm donos", comentava ACM Neto no plenário, na noite de terça-feira. "Mas, como foi uma decisão do meu partido, vou apoiar a lista", emendou.





Fonte: AE

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