PMDB se reúne para reavaliar “rompimento” e expõe contraste social
O PMDB decidiu deixar o Governo, ou melhor, parte do PMDB decidiu “romper” com o Governo depois que o governador Blairo Maggi comunicou a sigla, sem muitos rodeios, de que não há mais cargo a serem ocupados. Líderes peemedebistas esperavam “ganhar” mais uma secretaria. Ao contrário, Maggi optou por dar mais espaço para o vice Silval Barbosa, que já “segurou” duas vezes o Governo – na primeira vez nas férias do governador e depois quando Maggi foi para os Estados Unidos. Foi pouco para um partido do tamanho do PMDB. Saiu-se então a declaração de rompimento.
Mas demorou pouco. Quem tratou de dar o tom diferente para a postura do PMDB foi o deputado Juarez Costa, que ocupa a vice-liderança do Governo na Assembléia Legislativa. Mais preocupado com o eleitorado da região Norte e em garantir espaço, ele comunicou que ficaria no cargo. “Há gente no segundo escalão também, que precisa do emprego para sobreviver e, também, ascender internamente no partido. Isso provoca a divisão” – explicou.
A questão, em verdade, é simples. Simples e histórica. O PMDB, em verdade, não conseguiu renovar suas expressivas lideranças. Carlos Bezerra, que já foi governador, senador e deputado federal, há anos “administra” o PMDB com “mão-de-ferro”. Com ele, um grupo grande que o acompanha desde os primórdios da luta contra a ditadura militar e que já foram Governo e estão, atualmente, em situação relativamente confortável. “Muitos podem bater no peito e dizer: “Estou fora do Governo” que não vai ter problema algum. Mas outros precisam buscar o seu espaço” – acentuou um bem-sucedido peemedebista ao analisar o quadro interno.
No passado chamado de “turma do holerite”, os peemedebistas que ocupam cargos no Governo já foram responsáveis por homéricos “rachas” dentro da sigla. “Por isso mesmo – acrescentou - o PMDB se fragilizou ao longo do tempo, fazendo acordos políticos, como esse mesmo com o Governo, sem a consistência filosófica que notabilizava o partido” – destacou. “Rachado”, o PMDB agora busca um projeto alternativo, qual seja, aliar-se ao PPS, antiga sigla liderada por Maggi, para derrotar o Governo nas eleições municipais.
Comentários