Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Domingo - 10 de Junho de 2007 às 19:00

    Imprimir


BRASÍLIA - O ministro da Justiça, Tarso Genro, será convocado à Câmara dos Deputados pelo líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), para falar da denúncia de que o amigo e compadre do presidente Lula, Dario Morelli Filho, teria sido alertado sobre o monitoramento dos envolvidos na Operação Xeque-Mate. O requerimento de convocação será apresentado na terça-feira.

Pannuzio afirma que a hipótese de vazamento é reforçada na gravação em que Morelli avisou ao suposto chefe da quadrilha, o ex-deputado paranaense Nilton Cézar Servos, para que ele tomasse cuidados com os telefonemas porque havia ocorrido "um pepino feio".

"Se o ministro tiver explicações, ótimo. Senão, teremos de investigar até com uma CPI", alega.

Perplexidade

Para o deputado, os brasileiros são obrigados a acompanhar o episódio "com uma certa perplexidade", diante das fortes suspeitas de que o trabalho da Polícia Federal teria sido prejudicado por alguém do governo.

Ele também acha estranho que a ligação do irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, com a quadrilha tenha mais destaque do que a atuação de Morelli, a quem considera muito mais próximo de Lula.

Ele lembra que a ligação do presidente com o ex-assessor da Saneamento de Diadema (Saned), é "muito grande", igual a que ele mantém com outro compadre do presidente Roberto Teixeira e com o ex-assessor Freud Godói, um dos envolvidos na compra do dossiê contra os tucanos na última campanha.

"São pessoas do ciclo íntimo do presidente", afirma. "No mínimo é antiético e ilegal e nunca na República, o presidente teve esse tipo de relação com pessoas que andam na zona cinzenta entre o legal e o ilegal", condena. "Parece que estão colocando um bode para ocultar o pior lado da denúncia", defende.

Reação

Sobre a reação de Lula quando da divulgação da operação, o líder afirma que as últimas notícias deixam claro que o presidente estava encenando na defesa que fez ao irmão Vavá. "São fatos que deixam uma interrogação tremenda sobre a sinceridade do presidente", argumenta.

Na ocasião, Lula repetiu três vezes que não acreditava no envolvimento de Vavá no esquema. As gravações, porém - de acordo com Pannuzio - revelam a existência de um enviado de Lula, de nome Roberto, avisando que ele sabe das atividades do irmão e não concorda.




Fonte: Estadão

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/222453/visualizar/