Gravação de Vavá pode fortalecer abertura de uma CPI
Sampaio disse que começou a colher assinaturas para a CPI logo que foi deflagrada a Operação Xeque-Mate. Além de apurar a participação de Vavá no esquema, a investigação - chamada de CPI dos jogos ilícitos - também vai apurar a proximidade de integrantes do Judiciário com as quadrilhas de jogos.
Para Sampaio, a atuação de Vavá é o segundo caso em que parentes de Lula se valem do prestígio em proveito próprio. "O primeiro foi o Lulinha (Fábio Luiz da Silva, filho do presidente), favorecido por recursos de uma concessionária pública." A repetição do fato, acredita Sampaio, mostra que "Lula se cerca de pessoas, no relacionamento político e familiar, que só ajudam a desonrar sua biografia."
Para o líder do DEM (ex-PFL) no Senado, José Agripino Maia (RN), a atuação de Vavá com os caça-níqueis tem explicação. "Houve a primeira denúncia, dando conta que ele fazia tráfico de influência. Como ninguém fez nada, a impunidade lhe deu desenvoltura para agir", avalia. Ele questiona por que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ignorou a suposta ligação do parente do presidente com um esquema criminoso.
Aliados
Da parte dos aliados do presidente, o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), afirma que não resta na denúncia contra Vavá nenhum tipo de crítica à postura de Lula. E considera "inócua" e "fora de foco"a iniciativa de criar outra comissão para aprofundar as conclusões da Polícia Federal na Operação Xeque-mate. "O presidente foi muito claro ao frisar que tudo deveria ser investigado", ressalva. "O fato de parentes do presidente, de governadores, serem procurados por dezenas de pessoas não é bom que ocorra, mas infelizmente ocorre. Mas o presidente Lula e o governo não podem controlar o que Vavá e outros parentes falam", insiste.
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