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Politica Brasil
Sexta - 08 de Junho de 2007 às 15:23

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O presidente nacional do DEM (ex-PFL), deputado Rodrigo Maia (RJ), disse nesta sexta-feira que as concessões de TVs e rádios no país estão ameaçadas, assim como há riscos à liberdade de imprensa. A reação de Maia foi causada pela declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse ter sido um ato democrático o da cassação da concessão da RCTV pelo colega venezuelano, Hugo Chávez.

"Vamos acompanhar com toda a atenção os procedimentos do governo em relação às licenças de funcionamento de 28 emissoras de televisão e de 153 rádios no Brasil, que devem vencer até o final do ano", afirmou o deputado.

"O receio é que ocorra algo semelhante aqui [no Brasil] como o que houve na Venezuela, inclusive com riscos à liberdade de imprensa", reiterou.

Em entrevista à Folha, em Berlim, Lula disse: "O Chávez teria praticado uma violência se tivesse, após o fracasso do golpe [contra o venezuelano em 2002], feito a intervenção na televisão".

Anteriormente, o presidente havia evitado comentar sobre o assunto. Mas o tema acabou provocando troca de insultos entre Chávez e políticos brasileiros, uma vez que o Senado aprovou comunicado pedido a revisão da decisão venezuelana.

Nota

O DEM pretende divulgar nota oficial ainda nesta sexta-feira criticando a declaração de Lula. Nela, o partido deve afirmar que é da "natureza" do PT apoiar decisões pouco democráticas.

O documento também deve fazer um histórico informando que os petistas não participaram do colégio eleitoral que elegeu o ex-presidente Tancredo Neves e não assinaram a Constituição.

Segundo Rodrigo Maia, os senadores e deputados do DEM se empenharão para evitar o ingresso da Venezuela no Mercosul --o bloco econômico do qual o Brasil faz parte.

"Vamos reafirmar a nossa posição de que a Venezuela não deve fazer parte do Mercosul. A orientação será levada ao Parlamento do Mercosul", disse o deputado, referindo-se à reunião que ocorre no final do mês.

Polêmica

Diante da declaração de Lula de apoio a Chávez, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), levantou suspeitas sobre as intenções do presidente da República ao criar a TV pública. "Será que é para isso que ele quer uma TV pública? Para poder fechar [quando interessar]", afirmou o tucano.

A cassação da concessão provocou uma série de controvérsias. Um dos raros partidos políticos a apoiar a iniciativa de Chávez foi o PT, partido do presidente da República. Em nota oficial, a legenda diz que a não-renovação da concessão da RCTV "seguiu todos os trâmites previstos pela legislação venezuelana".

"É público e notório que a RCTV envolveu-se abertamente com o golpe fracassado contra o governo Chávez, atitude que em qualquer país do mundo justificaria o questionamento da concessão pública a uma rede de televisão", informa a nota do PT.





Fonte: Terra

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