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Internacional
Sexta - 08 de Junho de 2007 às 05:42

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O Azerbaidjão se mostrou hoje disposto a discutir a proposta russa para a utilização conjunta por Rússia e Estados Unidos da estação de radar situada em Gabalá, a 250 quilômetros da capital, Baku.

"Atualmente, a nossa posição, apoiada pela Rússia e pelos EUA, é de que devemos abrir negociações a dois ou a três", declarou à imprensa Elmar Mamediarov, ministro de Relações Exteriores do Azerbaidjão.

Ele acrescentou que seu país "está disposto" a conversar, desde que levando em conta os seus "interesses nacionais".

"Há muito tempo que se falava disso. Discuti o assunto com o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov. Gabalá é de nossa propriedade e foi cedido para utilização temporária da Rússia por um prazo de 10 anos", disse.

Segundo Mamediarov, "a Rússia apresentou uma iniciativa de utilização conjunta ou alguma forma de compartilhar informação com os Estados Unidos".

"O uso conjunto de Gabalá trará maior estabilidade, já que torna mais previsível qualquer movimento na região", analisou.

O diplomata não acredita que a oferta feita ontem pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao dos Estados Unidos, George W.Bush, deva criar "inquietação" no vizinho Irã.

"A nossa atual política externa se fundamenta, em primeiro lugar, nos interesses nacionais", apontou.

O Irã afirmou hoje que a proposta não causa preocupação. "Nós não estamos preocupados, já que esse é um problema do Azerbaidjão", disse Medzid Feizullaji, porta-voz da embaixada iraniana em Baku, segundo informou a agência russa "Interfax".

Na cúpula dos sete países mais industrializados do mundo e Rússia (G8), na Alemanha, Putin sugeriu ontem a Bush a utilização conjunta do radar. Seria uma forma de superar as atuais divergências criadas pelos planos americanos de postar na Europa Oriental seu escudo antimísseis.

O radar de Gabalá, que a Rússia aluga desde 2002, permite detectar e calcular a trajetória e os alvos de mísseis a uma distância de até 6.000 quilômetros. Com isso, poderia perceber ataques procedentes do Irã e do Iraque, e também mísseis balísticos e de cruzeiro lançados de bombardeiros, navios e submarinos americanos.

"Se qualquer país, inclusive o Irã, testar um míssil de longo alcance, a inteligência americana e a russa detectará o movimento em seguida", afirmou Putin.

O sistema, acrescentou, "protegeria não só uma parte do continente, mas toda a Europa, sem exceções".

Na opinião de Putin, o sistema tornaria desnecessário o posicionamento de uma base de mísseis de interceptação na Polônia e de um radar na República Tcheca, como os EUA propõem.

O acordo para a utilização pela Rússia da estação de Gabalá foi assinado em 25 de janeiro de 2002.

O radar gigante foi construído nas montanhas do norte do país em 1984. Ele é capaz de detectar os lançamentos de mísseis balísticos de eventuais inimigos, com um alcance que chega à Austrália.

O radar de Gabalá, da classe Darial, cobre o norte da África, Turquia, Iraque, Irã, Arábia Saudita, Índia, Paquistão e o Oceano Índico até a Austrália. Em 1991, ele permitiu que a Rússia observasse em tempo real a Guerra do Golfo.





Fonte: EFE

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