ONG 'vende' lotes na Amazônia por até R$ 267
Depois de feita a compra, o terreno poderá ser acompanhado constantemente por meio de mapas virtuais feitos com imagens de satélites. Os novos "proprietários" receberiam ainda boletins informativos de guardas ambientais locais, empregados pela organização, sobre a preservação da área.
"Se um milhão de pessoas fizerem isso (comprarem um acre de floresta), haverá um enorme impacto no combate ao aquecimento global, protegendo florestas ameaçadas e os animais selvagens que lá vivem, e criando empregos sustentáveis para as comunidades locais", diz uma declaração emitida pela Cool Earth.
'Colonialismo Verde'
A iniciativa foi lançada pelo parlamentar trabalhista Frank Field e o milionário sueco Johan Eliasch, que causou polêmica em 2005, quando comprou um terreno de 400 mil acres na Floresta Amazônica de uma madeireira americana.
Enquanto alguns viram a ação como algo benéfico para a região, outros criticaram o empresário por ter deixado mais de mil pessoas sem emprego e o acusaram de "colonialismo verde".
"Isso não é 'colonialismo verde' porque não queremos ameaçar a soberania do país, nem prejudicar comunidades locais. Estamos trabalhando com os moradores e cooperando com os governos locais", disse Eliasch à BBC Brasil.
"Ninguém sugeriu que se compre a Floresta Amazônica. Esse é território brasileiro e os outros países não devem se envolver. Estamos falando de desenvolver esquemas de compra e arrendamento em que, de fato, o resto do mundo pague pelos 'serviços ambientais' providos pela Floresta", afirmou.
Comunidades Locais
A Cool Earth pretende botar as terras compradas no nome de fundações locais. Os moradores dessas regiões teriam direito de colheita (no caso de produtos auto-sustentáveis, como borracha, castanha e açaí) e seriam beneficiados por programas de educação e saúde desenvolvidos pela organização.
"Trabalhar com as populações nativas, fazendo com que elas se sintam donas da floresta, é muito mais eficiente que apenas empregar guardas para evitar o desflorestamento", defendeu Eliasch.
A organização diz que, a cada ano, a destruição de florestas tropicais em todo o mundo gera seis bilhões de toneladas de CO2, mais que todo o gás carbônico produzido nos Estados Unidos.
"Todos nós sabemos do aquecimento global, mas a maioria das pessoas se sente impotente para lidar com algo numa escala tão grande. Esta é a oportunidade ideal para que cada um de nós tenha um papel importante em mudar o mundo", diz o parlamentar Frank Field.
Depois dos projetos-piloto no Brasil e no Equador, a Cool Earth pretende vender lotes de florestas na África e na Ásia.
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