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Nacional
Segunda - 04 de Junho de 2007 às 19:14

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O depoimento do Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, à CPI do Apagão Aéreo do Senado complica ainda mais a situação dos controladores de vôo envolvidos no maior acidente da aviação civil brasileira.

Segundo Saito, não houve falha nos equipamentos no dia do acidente, 29 de setembro do ano passado. "Com os dados de que dispomos até agora, podemos afirmar que o sistema funcionava normalmente", afirmou o comandante.

Saito disse ainda que o sistema de controle do tráfego aéreo brasileiro é seguro e está entre os mais elogiados do mundo. "Nosso conceito no Índice de Segurança no Vôo é o mais alto possível." Isso se dá, segundo ele, porque o sistema do Brasil é integrado: são apenas controladores militares que controlam as aeronaves civis e militares.

O Comandante da Aeronáutica chegou a comparar os sistemas do Brasil e dos Estados Unidos.

"No dia 11 de setembro de 2001 [dia dos ataques terroristas contra o World Trade Center, em Nova York], nós teríamos reagido e cinco minutos, e não em 20 [minutos], como eles. Se eles tivessem um sistema integrado, como é o nosso, eles não teriam demorado tanto", acredita.

Ponto cego

Saito negou que exista um "ponto cego" no espaço aéreo brasileiro. "Essa afirmação é maldosa. Quem conhece nosso sistema sabe que isso não é verdade."

Ele explicou aquilo que vem sido chamado de "gargalo" pelos críticos do sistema de controle do tráfego aéreo brasileiro. Segundo o comandante, até 2001, a aviação civil crescia entre 6% e 7% ao ano. Já em 2003, esse percentual de crescimento pulou para 15%.

O tal "gargalo", então, configura-se como a diferença entre o crescimento do setor e a demora para se formar controladores de vôo. "Leva-se de três a quatro anos para se formar um controlador de vôo", afirmou.

Desmilitarização

"Não estou pensando nisso agora. Estamos no meio de uma crise." Foi assim que Juniti Saito respondeu à pergunta do relator da CPI, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), sobre a possibilidade de desmilitarizar o controle de tráfego aéreo civil no Brasil.

Saito confessou que chegou a pensar nisso no fim de semana seguinte a um dos piores episódios da crise aérea, quando os controladores fizeram um motim na sede do Cindacta I, em Brasília. "O presidente Lula me pediu para discutir isso depois", disse.

A respeito das declarações do procurador do Tribunal de Contas da União (TCU) Lucas Furtado à mesma CPI, segundo o qual "inexiste sistema de tráfego aéreo no Brasil", Saito discordou. "Essa afirmação não condiz com a realidade."




Fonte: G1

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