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Politica Brasil
Segunda - 04 de Junho de 2007 às 17:18

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O Conselho de Ética do Senado deve adiar para a semana que vem a decisão sobre a abertura de processo contra o presidente da Casa Legislativa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar.

O presidente do conselho, senador Sibá Machado (PT-AC), disse hoje que o adiamento da decisão é a "hipótese mais provável", uma vez que os senadores não tiveram acesso a parte dos documentos encaminhados por Renan à Corregedoria do Senado.

"Estou convencido hoje que seguiremos este caminho. O tempo não pode ser problema para nós neste momento. Vamos disponibilizar os documentos para todos lerem com atenção, o que deixaria para a semana que vem a decisão de se abrir processo ou não", disse Sibá.

Apesar do provável adiamento, Sibá negou que esteja protegendo Renan de um eventual processo no Conselho de Ética. Ao ser escolhido presidente do órgão, o senador recebeu críticas por ser um dos principais aliados do Palácio do Planalto --de quem Renan é um dos articuladores no Congresso.

"Estou seguro de que estou cumprindo a minha obrigação. Se abrirmos um procedimento sem embasamento nos fatos, podemos depois perceber que fizemos a coisa errada", justificou.

A reunião do Conselho de Ética do Senado está marcada para esta quarta-feira. Se não optar pelo adiamento da decisão, Sibá disse que o conselho pode decidir imediatamente pelo arquivamento do processo contra Renan ou por sua abertura.

O senador não acredita nessas duas possibilidades, no entanto, diante da falta de acesso dos parlamentares aos documentos apresentados por Renan. "Não tomarei nenhuma decisão sem pedir que o senador [Romeu] Tuma apresente os fatos que analisou", afirmou.

Relator

Sibá não descartou a possibilidade de o corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), vir a ser escolhido relator do processo contra Renan, caso a representação do PSOL contra o presidente do Senado seja acolhida pelo conselho. "Considero essa uma das opções. Não há impedimento legal, ele pode receber a relatoria. Até amanhã à tarde terei posição sobre isso."

Tuma já afirmou na semana passada que, por enquanto, não há indícios que incriminem Renan nas denúncias. "Eu não quero condená-lo, quero absolvê-lo. Mas quero ter certeza que ele não vai ser pego na primeira esquina. Se ele deve, não posso fazer nada."

O presidente do conselho evitou adiantar sua posição pessoal sobre as denúncias contra Renan --acusado de receber recursos da empreiteira Mendes Júnior para o pagamento de pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de três anos.

Apesar do sigilo, Sibá disse acreditar que os documentos encaminhados por Renan à Corregedoria sejam suficientes para esclarecer as denúncias. "Muita coisa está respondida nos documentos. Até agora, há documentação à altura para ele [Renan] apresentar respostas."

Reportagem publicada pela revista "Época" neste fim de semana mostra, no entanto, que o senador vendeu 784 cabeças de gado em 2006, permanecendo com 1.704 reses. Em seu Imposto de Renda o valor do gado não foi declarado. A reportagem também afirma que Renan não conseguiu justificar nos documentos os depósitos de R$ 8.000 que alega ter pago com seus próprios recursos como pensão à jornalista entre os anos de 2004 e 2005.





Fonte: Folha Online

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