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Internacional
Domingo - 03 de Junho de 2007 às 17:00

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Grupos políticos de oposição ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, percorreram pacificamente hoje as ruas da capital Caracas em um protesto a favor da emissora "Radio Caracas Televisión" ("RCTV"), enquanto setores universitários deram continuidade aos preparativos para mais manifestações em defesa dos direitos civis ao longo desta semana.

Stalin González, presidente da Federação de Centros Universitários da Universidade Central da Venezuela (UCV), disse hoje à Efe que, nesta semana, as principais universidades públicas e privadas continuarão protestando pacificamente a favor dos direitos civis.

Na manhã deste domingo, a chamada "Marcha da Dignidade", convocada pelo grupo radical opositor Comando da Resistência, levou várias pessoas às ruas do leste e do centro de Caracas.

Os manifestantes, acompanhados de perto por um grande número de policiais e munidos de apitos e cartazes, caminharam até a Defensoria Pública da capital.

No prédio público, os opositores entregaram um documento em que expressavam sua "rejeição à postura complacente" do defensor público Germán Mundaraín e exigiam deste que defendesse "todos os venezuelanos".

Na sexta-feira, Mundaraín denunciou que setores da oposição pretendem usar o caso da "RCTV" para pôr em prática um plano desestabilizador, que incluiria, segundo ele, chamados a rebeliões civis e a choques entre grupos pró e contra Chávez.

Nem porta-vozes da Polícia nem dos manifestantes deram informações sobre o número de presentes no protesto.

Após 53 anos em atividade, a emissora privada "RCTV" deixou de operar em TV aberta no canal 2 local à meia-noite de 27 de maio, quando venceu sua concessão, não renovada pelo presidente venezuelano.

Segundo o Governo, a decisão de não renovação levou em conta inúmeros fatores, entre eles o de que a "RCTV" era um veículo de comunicação "golpista".



O canal 2 passou a ser utilizado pela nova televisão pública, a "TVes", que entrou no ar 20 minutos após o fim das transmissões da emissora privada.

Para amanhã, líderes universitários convocaram um protesto em Caracas em defesa dos direitos civis.

A mobilização começará na Praça Brión de Chacaito, num bairro do leste da capital venezuelana, e seguirá até o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), no centro da cidade.

González disse que os manifestantes têm permissão das autoridades e que o Ministério do Interior do país já os procurou para pedir detalhes da rota do protesto.

Na terça-feira, está previsto outro protesto, desta vez convocado pelos reitores universitários, da praça do prédio da Reitoria da UCV até a sede da Procuradoria Geral, antecipou González.

Após o fim das transmissões da "RCTV", milhares de estudantes universitários protestaram em Caracas e outras cidades venezuelanas em defesa da liberdade de expressão e dos direitos civis.

As manifestações foram, em geral, pacíficas, à exceção das registradas na última segunda-feira, que deixaram 30 feridos e quatro baleados, além de alguns policiais apedrejados e inúmeras pessoas asfixiadas por gás lacrimogêneo.

Ontem, diante de uma grande manifestação governista em apoio à não renovação da licença da "RCTV", Chávez, criticou duramente o setor universitário, que, segundo ele, não está em peso contra sua medida.

Esses estudantes são "manipulados" por setores "golpistas", frisou Chávez, que considerou "vergonhoso" a juventude defender os interesses do "imperialismo".

"O Governo, em vez de buscar o diálogo (...), busca o confronto", respondeu González às declarações do presidente, reiterando em seguida o caráter "pacífico" e apolítico dos protestos universitários. O ex-vice-presidente venezuelano e jornalista José Vicente Rangel disse hoje em seu programa de televisão dominical que é preciso "diferenciar" o incipiente movimento estudantil dos "setores golpistas" e estabelecer "um diálogo".




Fonte: EFE

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