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Politica Brasil
Domingo - 03 de Junho de 2007 às 14:00
Por: Nestor Fernandes Fidelis

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Os acontecimentos sociais sempre nos são muito úteis em nosso processo de desenvolvimento moral e intelectual. Eventos tristes ou felizes, aparentemente fúteis ou politicamente relevantes, na vida religiosa, esportiva e profissional. Sempre podemos aproveitar a vivência diária como subsídio para o crescimento pessoal. Prova disso é o fato de presenciarmos nestes dias, em vários ambientes em que freqüentamos discussões em torno do resultado do concurso de beleza (física) denominado Miss Universo, realizado na segunda-feira, dia 28/05/2007, na Cidade do México. Na verdade, muitos de nós, brasileiros, nos mostrávamos indignados com o segundo lugar alcançado por Natália Guimarães, que, segundo tais pessoas, era a merecedora do almejado título.

Logo, nos seria lícito pensar que a bela brasileira também estaria muito desapontada com a situação. No entanto, a Miss Brasil, denotando um dos motivos pelos quais representava seu país, considerou ser justa a vitória da japonesa Riyo Mori, afirmando: “Estou muito feliz com minha classificação. Há muitos anos que o Brasil não chega em segundo lugar. Dei o melhor de mim, me esforcei ao máximo. Acho justo que o concurso Miss Universo valorize todo o tipo de beleza que existe: a negra, a asiática, a latina, a européia, etc. Este foi o ano das orientais”.

Nada mais elegante, principalmente partindo da pessoa que era vista como a favorita à primeira colocação. Porém, o que chamou ainda mais a nossa atenção foram as declarações da campeã, que disse à imprensa ser muito grata a seus pais e a todos que apoiaram sua caminhada, e que pôde conhecer a “beleza interior” das 76 concorrentes naqueles quase 30 dias em que conviveram, asseverando o seguinte: “Se você tem beleza interior, ela se espelhará na sua beleza exterior”. A atual Miss Universo ainda disse que seu objetivo, durante o tempo em que representará a beleza feminina mundial, será melhorar a si mesma. Finalmente, comentou que fica emocionada ao pensar em tantas coisas boas que, como miss Universo, poderá fazer para ajudar as pessoas.

Ainda que todas as concorrentes desse tipo de concurso tenham sido treinadas e preparadas para fazer esse tipo de discurso, não podemos deixar de utilizar o exemplo, que merece nossa confiança, a fim de fazer uma reflexão válida para a vida de cada um de nós, pessoas criadas por Deus na simplicidade.

A vencedora do citado concurso, que poderia falar em gozar a vida, na qualidade de mulher eleita como a mais bonita fisicamente para o ano de 2007, que, do alto do primeiro lugar do certame internacional, também poderia menosprezar as demais participantes, optou por diminuir-se para ressaltar a beleza interior das outras, demonstrando que o mais importante não é o que os olhos enxergam, mas a essência de cada uma das criaturas. Todos somos, em essência, belos e bons, porquanto, conforme a lei da natureza, herdamos de Nosso Pai o que Ele é. Logo, como Deus é soberanamente justo, bom, misericordioso, amigo, inevitavelmente recebemos toda essa carga divina, tanto que Jesus nos advertiu: “Vós sois deuses”. E numa outra passagem do Evangelho o Mestre Nazareno estabelece: “se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível”.

Temos errado muito ao longo do tempo, das existências. Quantas e quantas vezes optamos pelo caminho das facilidades, abrindo mão, não raro, de nossos ideais, das orientações recebidas no seio familiar, social ou religioso, procurando lograr vantagens que, em verdade, não nos pertencem? Sabemos que indevidamente já elegemos a rota do equívoco, em vários setores por onde circulamos. Isso se deve ao fato de que Deus, que grafou suas leis na consciência de cada ser humano, nos delegou a tarefa de contribuir na criação de um mundo melhor, mas o fez dotando-nos de livre-arbítrio. Assim, tudo de mal que plantamos iremos colher, pessoalmente. Da mesma forma, toda luz que acendemos na senda de quem trafega pela escuridão moral, todo bem que fazemos, todas as vezes que ouvimos uma pessoa que precisa desabafar, ou quando consolamos àqueles que sofrem, naturalmente, iremos receber da vida a respectiva retribuição.

Sempre é tempo de fazer mais pelo Bem, pela Paz. Já não há mais dúvidas quanto à eternidade da vida, porém, que possamos aproveitar a atual existência para começar a resgatar dignamente os erros do passado com o suor no trabalho do bem e do amor, fazendo ao próximo aquilo que queremos que os outros façam para nós, semeando paz, reparando possíveis deslizes com a serenidade de quem se apresenta como um operário da beleza interior. Por isso, Deus nos concede a benção da vida.

Nestor Fernandes Fidelis Coord. de Unificação - FEEMT




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