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Politica Brasil
Sexta - 01 de Junho de 2007 às 08:34

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O ex-deputado estadual e federal Gilney Viana, tido como uma das poucas reservas morais do PT, disse que o partido errou ao firmar aliança com o governo Blairo Maggi (PR). Admite que pode até ter lógica, já que Maggi apóia o governo do presidente Lula, mas o acordo levou o PT a perder potência no Estado, com risco de prejudicar projetos de candidatura própria com vistas às eleições de 2008 e de 2010. "O fato do Lula ter buscando entendimento com o governo Maggi (pela reeleição em 2006) não significa que, necessariamente, teríamos que fazer igual". Considera que o governo Maggi é bem avaliado e, por conta disso, o PT não deva perder com a aliança do ponto de vista eleitoral, mas vê comprometimento com projetos independentes e uma oposição enfraquecida.

Como o acordo Maggi-PT já está selado, inclusive com dois petistas no comando da Educação (Ságuas Moraes e Vera Araújo), Gilney observa que agora ficaria ruim para o partido decretar uma ruptura. Ele insistirá na tese de projeto próprio nos próximos pleitos, diz que o PT está sendo colocado à prova e elenca quatro desafios para uma legenda com diversidade ideológica, que nasceu dos movimentos populares e que hoje está quase perdendo o ideário socialista.

Após os mandatos de deputado estadual e federal e de ocupar, por mais de quatro anos, o cargo de secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Gilney Viana está agora mais presente em Cuiabá. Reassumiu a cadeira de professor do departamento de Saúde Coletiva da UFMT. Retorna à sala-de-aula como professor do Internato Urbano - atende alunos em fase final de conclusão de curso, e passa a desenvolver projetos para, em breve, propor curso de graduação em saúde pública. Gilney pertence a corrente minoritária Utopia e Vida. Tem como uma das aliadas dentro do PT a vereadora por Cuiabá Enelinda Scala.

O ex-deputado aponta quatro desafios transformadores para PT:

1º) O fato de ser governo e não ter hegemonia interna. Gilney considera isso um drama.

2º) O PT teve origem nos movimentos sociais e, ao chegar ao poder central, se afastou desses segmentos. Perdeu capacidade de integração.

3º) O surgimento do movimento político-social de massa, o Lulismo, que, muitas vezes, prescinde o PT para exercer o poder. Gilney avalia que há conflito, inclusive em parceria, ende o Lulismo e o PT. Mesmo que o partido tenha apanhado com as crises de 2005 e 2006, devido aos escândalos do mensalão e das sanguessugas, o partido foi bem sucedido eleitoralmente".

4º) O PT, na avaliação de Gilney Viana, sempre foi socialista e está perdendo essa identidade. Entende que é preciso reconquistar esse ideário socialista.





Fonte: RD News

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