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Politica Brasil
Quinta - 31 de Maio de 2007 às 04:45
Por: JULIANA SCARDUA

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O deputado federal Pedro Henry (PP) é o mais novo político do Estado a ter o seu nome relacionado à Gautama, empresa acusada pela Polícia Federal de fraudar licitações do governo Federal e pagar propinas a políticos e servidores públicos.

Numa gravação da Polícia Federal, o dono da construtora Gautama, Zuleido Veras, descreve Pedro Henry como facilitador na liberação de emendas parlamentares para obras públicas. O interesse do empresário se concentrava na segunda etapa do projeto da rede de saneamento em Sinop, numa demanda de R$ 62 milhões.

Reportagem publicada ontem pela Agência Folha relata o diálogo mantido por telefone entre Veras e o ex-secretário de Desenvolvimento e Meio Ambiente de Sinop, Jair Pessine, gravado pela PF. A conversa transcorreu no dia 23 de março, quatro dias após o prefeito da cidade, Nilson Leitão (PSDB), ter assinado contrato com a Gautama para a primeira etapa das obras. Leitão e Pessine foram presos durante a operação e liberados após prestar depoimento no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na semana passada.

A empreiteira é acusada de ser a grande articuladora do esquema de desvio de dinheiro público desbaratado na Operação Navalha. Conforme as investigações da PF, o esquema tinha ramificações em pelo menos cinco Estados do país e no Distrito Federal, além das prefeituras de Sinop e Camaçari (BA). A fraude se baseava na realização de licitações fraudulentas.

Na conversa com Jair Pessine, Zuleido observou que “é mais fácil conseguir recursos” com Pedro Henry. A dita facilidade pode ser atribuída ao fato do parlamentar de Mato Grosso pertencer ao PP, partido que ocupa o Ministério das Cidades, apontado como um das “caixas” preferenciais da organização criminosa. A pasta é ocupada hoje por Márcio Fortes de Almeida.

O deputado federal Pedro Henry (PP) se declara surpreso com as gravações. “Nunca tive nenhum contato com ele (Zuleido), nem por telefone ou pessoalmente. Não o conheço”, declara o parlamentar. Henry se defende ao afirmar que apenas recebeu o prefeito Nilson Leitão em seu gabinete, mas que nenhuma emenda parlamentar foi acertada. Ele relata que o pleito inicial do tucano era de financiamento da segunda fase das obras da rede de esgoto com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Contudo, o município estaria fora dos padrões exigidos pelo governo federal no pacote. Henry adverte que o PAC destaca entre as normas atendimento a projetos em municípios com população acima de 150 mil habitantes, ao passo que Sinop detém 103 mil habitantes, conforme estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A reunião com Henry e outros parlamentares foi relatada pelo próprio prefeito Nilson Leitão, durante coletiva à imprensa na semana passada. Segundo o prefeito, conversas também foram mantidas com os deputados federais Carlos Abicalil (PT), Thelma de Oliveira (PSDB) e Wellington Fagundes (PR). “O prefeito Nilson Leitão me procurou como a todos os parlamentares para pedir apoio, mas expliquei que isso não caberia no PAC. Por isso nem entramos no detalhamento do projeto”. O parlamentar ainda acrescenta: “Tenho que receber a todos aqui em Brasília. Esse é meu papel e de todos os parlamentares”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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