Percival diz que simulação da PM teve motivos eleitoreiros
É prática de Sachetti, segundo o deputado, promover mutirões nos fins de semana, mas o programa não estaria atraindo público. Aí, a idéia de levar os policiais até lá, no caso, Jardim das Flores, palco da tragédia.
O evento, segundo autoridades presentes, chamou a atenção de ao menos 500 pessoas.
Muniz disse ainda “que ficou sabendo” que a simulação de resgate teria sido planejada um dia antes, no caso, na sexta-feira, 26. Portanto, os policiais não estariam bem preparados para a apresentação.
Em reportagem publicada nesta terça-feira, pelo site rondonopolitano “primeirahora”, dois policiais militares disseram que não queriam ter participado da simulação, Eles, informou o site, tinham trabalhado na noite de sexta-feira, e alegaram exaustão. Comunicado essa intenção ao comando da PM local, os militares afirmaram que, caso não fossem ao mutirão, seriam presos por insubordinação.
Reconstituição
A simulação militar vai ser reconstituída na semana que vem. Deveria ocorrer nesta semana, mas o delegado que cuida do caso, João Pessoa Filho, avisou que o trabalho será posto em prática somente quando divulgado o resultado dos exames periciais feitos nas armas usadas durante a ação desastrosa.
Os militares usavam escopetas de calibre 12, quando invadiram o ônibus. A idéia era mostrar aos habitantes do Jardim das Flores, como os policiais dominariam os sequestradores e salvariam as vítimas.
Nota-se aqui um ato suspeito da manobra. Por regra de segurança, os militares não poderiam ter ocupado o ônibus carregando escopeta, uma arma pesada, longa e, quando acionada em situação real, poderia ferir até dez pessoas que estivessem perto. Nesse caso, seria recomendado o uso de pistolas.
O delegado disse que pode ficar sabendo de onde os tiros saíram e mataram o estudante a partir do resultado do exame pericial. “Sei que arma usou cada policial que participou da ação”. Sete militares atuaram na missão simulada. Ainda não há inquérito aberto contra eles porque o delegado “premeditada” a medida. “Vamos esperar os exames”.
Queda
A desastrosa operação simulada de resgate do seqüestro derrubou o comandante da Polícia Militar em Rondonópolis. O anúncio foi dado nesta terça-feira, pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, e o comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Antônio Benedito de Campos Filho.
Eles trocaram o tenente-coronel Wilkerson Felizardo Sandes pelo coronel Pedro Sidney Figueiredo de Souza, que comandava a PM em Várzea Grande.
O CASO
Policiais militares foram escalados para mostrar como eles agiriam diante de um sequestro. O evento ocorrera no Jardim das Flores, bairro pobre de Rondonópolis. O ato, conhecido como mutirão da cidadania, promovido pela prefeitura local, atraiu ao menos 500 pessoas, entre as quais a maioria criança. Os policiais levaram um microônibus, veículo que estaria dominado por sequestradores. O grupo entra no local e faz disparos. Tiros de verdade saem das armas. Uma criança morre e 12 ficam feridas (leia texto abaixo sobre as outras vítimas). Autoridades como o prefeito da cidade, assistiam à apresentação.
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