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Politica Brasil
Terça - 29 de Maio de 2007 às 17:31

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O Conselho de Ética do Senado deve ser comandado por um aliado do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), o que poderá favorecê-lo em um eventual processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. A Folha Online apurou que o acordo está sendo alinhavado pelo PT e PMDB que já lançaram três nomes para a disputa pela presidência do órgão: Sibá Machado (PT-AC), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Leomar Quintanilha (PMDB-TO).

A decisão será tomada às 10 horas desta quarta-feira, quando o Conselho de Ética se reúne pela primeira vez e escolhe os nomes para a presidência e vice-presidência do órgão.

Em reunião realizada hoje, o PT decidiu que Sibá deverá representar o partido na disputa pelo comando do Conselho de Ética. "Será uma missão espinhosa. Julgar um colega de trabalho é sempre difícil", disse ele.

Durante a reunião, os petistas decidiram que o partido não irá se manifestar, inicialmente, sobre a representação encaminhada pelo PSOL contra Renan.

O PT decidiu substituir a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) que pediu para deixar o Conselho de Ética. No lugar dela será indicado o senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), amigo do senador José Sarney (PMDB-AP) --um dos principais conselheiros de Renan nesse caso em que é acusado de ter sido favorecido por um suposto pagamento das despesas pessoais pela construtora Mendes Júnior. Entre as despesas estaria aluguel e pensão para a jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha, segundo reportagem da revista "Veja".

Também indicado para comandar o conselho, Salgado admitiu que a função não é das mais agradáveis da sua vida e negou que pretende "engavetar" o processo contra Renan. "Não há como engavetar se a coisa for esquisita", afirmou ele.

Ao ser questionado se o caso Renan "era uma coisa esquisita", ele se disse satisfeito com as explicações prestadas pelo colega: "Para mim, as explicações dele [Renan] satisfizeram".

O novo presidente do Conselho de Ética do Senado poderá arquivar ou despachar sobre o caso Renan, se o corregedor-geral da Casa, Romeu Tuma (DEM-SP), decidir que há elementos para instaurar processo contra ele.

O corregedor disse, porém, que os integrantes do conselho têm autonomia para rejeitar a decisão do presidente do órgão. "Os membros poderão rejeitar a decisão dele e apresentar outra proposta. Acredito que poderá pedir para aguardar um pouco mais."

Tuma disse que a corregedoria quer ouvir o depoimento do jornalista da revista "Veja" responsável pela denúncia contra Renan, o lobista da Mendes Júnior Cláudio Gontijo, além do advogado da jornalista Mônica Veloso.

Afastamento

Tuma disse não ser favorável ao afastamento de Renan da presidência do Senado no decorrer das investigações. "É uma questão muito pessoal do presidente", disse.

O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), afirmou que o partido também é contrário a um possível licenciamento de Renan do cargo.

"Para o PSDB é muito pouco para se pedir o afastamento da presidência do Senado. É a palavra do advogado [da jornalista] contra a do presidente do Congresso. Os documentos vão ser analisados de maneira bem cuidadosa. Antes de checar todos os fatos, não vamos tomar atitude nenhuma", disse Virgílio.





Fonte: Folha Online

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