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Domingo - 27 de Maio de 2007 às 19:05

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A Polícia Civil de Mato Grosso abriu inquérito para apurar a morte do estudante Luiz Henrique Dias Bulhões, de 13 anos, morto no sábado por um policial militar em Rondonópolis (MT), durante uma trágica simulação de falso seqüestro. As investigações devem ser concluídas em 30 dias. O menor foi enterrado neste domingo, 27, em Sonora (MS).

Os oito PMs envolvidos - sete soldados e um tenente - estão presos no 5º Batalhão, em Rondonópolis, e vão participar, nesta segunda-feira, 28, da reconstituição do crime. Eles ficarão afastados de suas atividades até o final das investigações. Segundo a Secretaria de Justiça e Segurança Pública , os policiais presos ainda não contrataram advogados para defendê-los.

As armas, um fuzil calibre 762 ou de uma espingarda calibre 12 - que pode ter atingido o menor -, o microônibus e todo o material utilizado pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) foram recolhidas para perícia.

A Secretaria de Justiça e Segurança Pública não divulgou o nome do policial que teria feito o disparo. A PM abriu inquérito policial militar e o procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, vai acompanhar o caso, a pedido do governador do Estado, Blairo Maggi (PR). O governador, que passa finais de semana na cidade, foi ao Hospital Regional visitar os nove feridos. Quatro continuam internados.

Ação negligente

O secretário estadual de Segurança Pública, Carlos de Brito, classificou como negligente a ação da PM. Segundo ele, na operação desastrosa ocorreu uma ´fatalidade inaceitável´. Brito disse que houve ´graves falhas´ dos PMs na simulação do seqüestro. "Quem falhou tem que pagar. Mas, neste momento, não podemos condenar a PM de Mato Grosso", afirmou ele.

O secretário descartou a possibilidade de sabotagem dos PMs, que na simulação representam os ´bandidos autores´ do suposto seqüestro, local de onde partiu a bala que matou o menor e feriu nove pessoas. "Os membros da PM nunca tiveram ações que levassem a pensar nessa hipótese. Levando em conta o histórico dos fatos, eu descarto a fator sabotagem", disse o secretário.

O governador de Mato Grosso também reconheceu que pode ter ocorrido negligência dos policiais na simulação que acabou com a trágica morte de Luis Henrique Dias Bulhões, de 13 anos, em Rondonópolis e deixou outras nove pessoas feridas. “Agora precisamos apurar, prestar solidariedade às vítimas e corrigir os procedimentos para que isso nunca mais ocorra”, disse o governador, após pedir o afastamento e detenção dos sete soldados e um oficial que participação

O comandante-geral da PM, coronel Antônio Benedito Campos Filho, informou que as simulações de seqüestro e demais ações "fictícias´´, foram suspensas. "Os policiais passarão por uma reestruturação e treinamento porque esta ação demonstrou negligência na corporação", disse ele, que está em Rondonópolis com o governador e a cúpula da segurança pública do Estado.




Fonte: Estadão

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