Autoridades se deslocam até Rondonópolis para analisar a tragédia ocorrida

Uma desastrosa simulação de resgate por uma tropa de elite da Polícia Militar resultou na morte do estudante Luiz Henrique Dias Bulhões, 11, e nove pessoas ficaram feridas a tiros disparados por policiais militares. A trágica ação ocorreu durante resgate de reféns dentro de um ônibus, em Rondonópolis (250 km de Cuiabá). O menino foi ferido na cabeça e morreu cerca de duas horas depois de chegar ao hospital. O Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Militar usou munição verdadeira durante a apresentação, atingindo quem estava na platéia. Na apresentação foram usados dois tipos de armamento de grosso calibre, escopetas calibre 12 e fuzil 762.

O acidente foi registrado na avenida Wesley dos Santos de Arruda, bem próximo ao pátio do colégio Princesa Isabel, no bairro de periferia Jardim das Flores, por volta de 8h30 da manhã.

A gravidade do acidente fez com que o governado Blairo Maggi, o secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, o comandante geral da PM, coronel Campos Filho, se deslocassem até a cidade para apurar in loco as circunstâncias do exercício. Em tese, essa é uma ação simples e desenvolvida com frequência para demonstração dos trabalhos que são desenvolvidos pela PM.

Pelo menos mil pessoas e também diversas autoridades políticas assistiam a simulação quando os disparos foram feitos.

A PM de Rondonópolis colocou dois soldados em cima de uma árvore para dar início a simulação. Eles atiraram, usando munição de festim, contra o ônibus. Outros policiais chamados para intervir no sequestro revidaram aos tiros acertando um grupo de crianças que estava nas proximidades. Boa parte do público era adolescente.

O delegado João Pessoa, que responde pela Delegacia Regional, foi até o local da simulação. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar as responsabilidades sobre o ocorrido.