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Politica Brasil
Quinta - 24 de Maio de 2007 às 21:23

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No mesmo dia em que o presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou que as tropas americanas no Iraque enfrentarão um verão de duras batalhas, a Câmara dos Representantes aprovou a liberação de fundos de US$ 120 bilhões para o financiamento do conflito.

A aprovação da lei nesta quinta-feira é fruto de um acordo dos democratas com Bush, e não inclui um prazo fixo para a retirada das tropas do país árabe.

Uma lei de financiamento anterior, que vinculava a liberação de fundos à retirada das tropas do Iraque, foi vetada por Bush. Hoje, a Câmara aprovou por 280 votos a favor e 142 contra o financiamento do conflito até setembro, outra exigência do presidente.

Apesar da aprovação, a maioria democrata na Câmara americana reafirmou sua intenção de mudar o rumo da guerra no Iraque.

"Este debate vai continuar", afirmou a líder da Câmara, Nancy Pelosi, que anunciou planos de votar antes do outono (primavera no Brasil) quatro medidas para alterar a estratégia no Iraque.

A votação de hoje foi possibilidada por um acordo prévio: em troca de eliminarem a exigência de um prazo para a retirada das tropas do Iraque, os democratas no Congresso receberam recursos de Bush para uso doméstico. A expectativa é que o Senado também vote e aprove a medida nas próximas horas.

"Ao votar neste projeto de lei, os membros de ambos os partidos podem mostrar às nossas tropas, aos iraquianos e ao inimigo que o nosso país vai apoiar os nossos homens e mulheres em serviço e na linha de fogo", disse o presidente pouco antes da votação.

Verão sangrento

Bush alertou hoje que os próximos meses serão carregados de duros combates para as tropas no país árabe e que mais baixas são esperadas.

Thaier al-Sudani/Reuters

Soldados iraquianos patrulham Bagdá; Bush alertou que verão será sangrento para tropas Em um discurso na Casa Branca, Bush afirmou que o verão será um período crítico para sua atual estratégia de aumento de tropas no Iraque, e previu que as lutas aumentarão nos próximos meses.

O presidente alertou que mais mortes são esperadas entre as forças de segurança americana e iraquiana. Ainda assim, ele defendeu a ação. "Vamos permanecer na ofensiva. É melhor lutar com eles lá do que aqui", afirmou.

Enfrentando críticas por ter aumentado o número de tropas no país sem alcançar uma efetiva diminuição da violência, Bush disse que gostaria de usar uma "configuração diferente no Iraque, mas isso só será possível depois que Bagdá for controlada".

Ele afirmou que aguarda para o fim do verão uma avaliação sobre os resultados da estratégia pelo comandante das forças dos EUA no Iraque, general David Petraeus.

Violência

Alheio às discussões políticas em Washington, o Iraque viveu nesta quinta-feira diversos episódios de violência deixaram ao menos 40 mortos. No pior ataque, 27 pessoas morreram e dezenas foram feridas na explosão de um carro-bomba em um funeral em Fallujah, a oeste de Bagdá.

Em Fallujah, um suicida atingiu uma multidão que participava da procissão por Allawi al Isawi, morador da região que morreu nesta quinta-feira, segundo o policial Jamal Anfous, citado pela Reuters.

O médico Ahmed al Ani, que trabalha para um hospital local, disse à Reuters que 27 pessoas morreram e 30 ficaram feridas na ação. Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque. No entanto, de acordo com a polícia, Al Isawi era opositor de um grupo local ligado à rede terrorista Al Qaeda.

Segundo a polícia, o grupo realiza uma campanha de explosões e ataques a tiros na Província de Anbar contra líderes sunitas tribais que formara uma aliança de oposição.

Em Bagdá, homens armados invadiram um microônibus no distrito xiita de Husseiniya e mataram a tiros todos os 11 passageiros, informou a polícia. Após o massacre, eles implantaram uma bomba entre os corpos e explodiram o artefato quando a polícia chegou, matando mais duas pessoas e ferindo ao menos quatro.

Desaparecidos

Também nesta quinta-feira, o porta-voz militar dos EUA Josslyn Aberle confirmou que o corpo encontrado ontem no rio Eufrates era do soldado americano Joseph Anzack Jr, 20, de Torrance, Califórnia. O corpo apresentava marcas de tiros e sinais de tortura.

Anzack havia desaparecido em 12 de maio ao lado de dois colegas, quando a patrulha em que estavam foi vítima de uma emboscada em Mahmudiya, no chamado Triângulo da Morte.

Quatro soldados americanos e um tradutor iraquiano morreram na ação. "As buscas pelos outros dois soldados continuam", afirmou Aberle. Bush também disse que as Forças Armadas dos EUA no Iraque estão fazendo todo o possível para encontrar os soldados.

O Estado Islâmico no Iraque --coalizão de oito grupos terroristas liderada pela Al Qaeda-- assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas não mostrou provas de que manteria os soldados reféns.




Fonte: Estadão

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