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Internacional
Quinta - 24 de Maio de 2007 às 19:54

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A série "Mujer tendida en la playa", que inclui as seis obras possivelmente mais enigmáticas da produção artística de Pablo Picasso, pode ter relações "com imagens da alquimia e do esoterismo", afirmou hoje Elizabeth Cowling, professora da Universidade de Edimburgo.

Estas seis peças apresentam "uma evolução extraordinária", apesar de terem sido pintadas em um mesmo fim de semana, afirmou a professora, uma das principais especialistas em Picasso do mundo, que apresentou nesta quinta-feira o livro da série "Mujer tendida en la playa".

O artista espanhol começou a série de seis obras na Sexta-Feira da Paixão de 1932; continuou no sábado; descansou no Domingo de Ressurreição e concluiu a última obra na segunda-feira.

Cowling sustenta a possibilidade de que Picasso pensasse em destinar a maior peça da série a uma exposição retrospectiva de sua obra, que estava sendo organizada na época, embora no final tenha decidido não expô-la, possivelmente para evitar que fosse relacionada com artistas surrealistas, como Max Ernst ou Miró.

"Ele não queria ser etiquetado como parte da escola surrealista, nem de nenhuma outra", disse o especialista.

Apontou ainda que o artista espanhol costumava pintar, em 1932, obras "com cores muito vivas, muito diferentes, e que lembram o cubismo, com cores mais suaves e tranqüilas, e talvez mais misteriosas".

Também assinalou que as duas primeiras obras apresentam "tonalidades mais tranqüilas e pálidas, ao tempo que as seguintes fazem uso das mesmas cores, com tonalidades mais intensas, e a última é a de maior intensidade".

Segundo a pesquisadora, nos anos 30, Picasso "trabalhava em dois extremos, e podia conciliar obras marcadas por tons cinzentos, como ''Guernica'', com outras de cores vivas e explosivas".

"Esta série está na metade do caminho", afirmou Cowling.

O especialista observa ainda na série um processo rumo a um trabalho "mais ordenado".

"No segundo quadro, mais medido e calculado que o primeiro, Picasso utilizou pelo menos uma regra para tomar medidas", afirmou.

Na segunda peça, no entanto, o pintor talvez tenha encontrado "um excesso de refinamento, que não quis seguir".

"Por isso, nas obras seguintes, aplicou uma pintura mais espessa e um traço muito mais livre", afirmou.

Em relação ao trabalho em séries, habitual em Picasso, afirmou que o pintor "odiava a idéia de terminar".

Segundo Cowling, "pintar em série era uma saída perfeita para Picasso, pois podia seguir por um tempo indeterminado, e era uma forma de expressar-se sem chegar a um fim".

"Até que, em um momento, abandonava tudo para começar outra linha criativa", afirmou.




Fonte: EFE

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