Lista de presentes de Natal da Gautama provoca pânico em Brasília

Perturbações com o frenesi político, policial, midiático. No Jornal Nacional da terça-feira, 22, falou-se em uma nova lista vazada nas investigações da Operação Navalha. Lista esta que teria 20 parlamentares. Era engano. Os 20 nomes estão lá e foram, de fato, enviados na tarde da terça ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, mas ali não há corrupção. Apenas mimos natalinos. E os agraciados com os presentes são mais de 100.

A listagem, encontrada na Gautama, de Zuleido Veras, relaciona parlamentares - deputados e senadores - e governadores, além de parentes, para quem Zuleido e empresa mandaram, no dia 17 de dezembro, recuerdos natalinos. Garrafas de uísque, gravatas, lembrancinhas do gênero. No ambiente exposto pela navalhada, a expressão "lista" já provoca alvoroço nos palácios e redações.

Arquivos potencialmente mais perigosos do que este natalino realmente há. Nomes de parlamentares e políticos em geral brotam aqui e ali no papelório da Gautama e nas conversas gravadas pela Polícia Federal, mas antes que venham à luz deverão - e têm que - ser objeto de rigorosa checagem.

É necessário saber se quem está num dos arquivos ou nas conversas produziu, ao menos, emendas no orçamento para obras da Gautama. Isso posto, a investigação chegará mais perto do eventual listado.

Há, ainda, um outro arquivo com centenas de nomes de parlamentares, seus endereços e dados pessoais. Mas isso, óbvio, nada pode significar.

Tempos difíceis estes em que até mesmo um mero cadastro, ou recuerdos de navidad, podem provocar um grande banzé.