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Politica Brasil
Quarta - 23 de Maio de 2007 às 08:20

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O PMDB já apresentou nomes de possíveis substitutos ao ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, que pediu demissão do cargo nesta terça (22), três dias depois de ser apontado pela Polícia Federal como suspeito de ter recebido, dentro do próprio ministério, R$ 100 mil de propina da Construtora Gautama.

Silas Rondeau entregou nesta terça, às 20h15, sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O secretário-executivo do ministério, Nelson Hubner, assume interinamente o cargo.

Padrinho da indicação de Rondeau, o senador José Sarney (PMDB-AP) também assumiu as negociações de sua saída. E, ao saber que o PT está de olho no Ministério de Minas e Energia, já apresentou candidatos ao cargo.

Os principais nomes são os de José Antonio Muniz, ex-presidente da Eletronorte, hoje na iniciativa privada, e de Astrogildo Quental, atual diretor econômico e financeiro da empresa.

Na carta a Lula, Rondeau diz que deixa o cargo para se defender das “descabidas e injustas inverdades”. “A injustiça que recaiu sobre a minha pessoa leva-me a solicitar a vossa excelência minha exoneração, a fim de melhor proteger minha pessoa, minha família, minha honra, minha história e permitir ao governo que siga com todas as energias voltadas para o crescimento do país”, afirma o texto.

Mais tarde, em nota, ele afirmou que a decisão de deixar o cargo teve o objetivo de evitar “que a imagem do governo seja de algum modo afetada”.

Saída dividiu PMDB

A saída do ministro Silas Rondeau dividiu a cúpula do PMDB nos últimos dias. O senador José Sarney (AP) foi o primeiro a defender que deixasse o ministério, ainda que a título de afastamento.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), discordavam da demissão súbita, sem antes articular o sucessor do PMDB. Diante dos sinais de que a saída era irreversível, Sarney se mobilizou para tentar manter o espaço do partido à frente de Minas e Energia.

Renan e Sarney se encontraram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem à tarde para uma conversa reservada. Foi neste encontro, conta um dirigente do PMDB, que Sarney tratou da sucessão de Rondeau. Convencido de que seu ministro teria de ser “sacrificado”, Sarney sugeriu outros nomes.

Setores do PMDB entenderam a pressa de Sarney como tentativa de livrar-se do desgaste político do apadrinhamento de um suspeito de tomar propina. Ao mesmo tempo, a cúpula do partido levantou a suspeita de que, em meio à operação policial, havia também uma operação política de setores do PT para enfraquecer a dupla Renan-Sarney.

A despeito da disputa entre o PMDB do Senado e a bancada da Câmara por cargos do segundo escalão, peemedebistas de todas as alas defenderam ontem a manutenção de Minas e Energia na cota dos senadores. Ainda assim, a cúpula peemedebista teme perder o posto, especialmente porque a definição passa pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.





Fonte: Agência Estado

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