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PMDB não se opõe à saída de Rondeau, mas quer manter ministério
O PMDB no Senado decidiu na noite de segunda-feira não resistir a um eventual afastamento do ministro de Minas Energia, Silas Rondeau, mas já mandou recados ao Palácio do Planalto de que vai brigar para manter o cargo, disseram à Reuters duas fontes do partido.
Após Rondeau ser acusado pela Polícia Federal de receber 100 mil reais de propina para favorecer a Construtora Gautama em uma licitação do programa Luz para Todos, o PT vislumbrou a possibilidade de retomar o ministério.
Nos bastidores, a cúpula do PMDB no Senado começou a se mexer para evitar perder esse espaço no primeiro escalão. O PT também não ficou parado. O presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP), sugeriu que Silas se afastasse do cargo até o final das investigações da Operação Navalha.
"Não estou tratando e não vou tratar da relação do PMDB com o governo. Quem nomeia ministro é o governo", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), evitando a polêmica.
Mas na segunda-feira, dia em que Silas Rondeau entrou na berlinda, caciques do partido já marcavam território: "Este ministério é do PMDB, do PMDB do Senado", afirmou um parlamentar ligado ao presidente da Casa, sob condição do anonimato.
A preocupação tem justificativa. O Ministério de Minas e Energia ganhou neste segundo mandato mais orçamento e poder, dois fortes instrumentos para obter futuros dividendos eleitorais. A pasta gerencia 55 por cento do orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para os próximos quatro anos e controla os programas do biodiesel e do etanol, meninas dos olhos do Palácio do Planalto.
"As últimas bandeiras que o governo assumiu recentemente estão lá. Esse ministério é eleitoralmente estratégico", afirmou uma outra fonte do PMDB.
CADEIRA VAZIA
O PMDB do Senado, liderado por José Sarney (AP) e Renan Calheiros, tenta construir um escudo para se defender de disputas internas e evitar que, com a cadeira vazia, a pasta volte para o domínio petista.
A expectativa de demissão de Silas Rondeau gerou insegurança sobre a permanência do ministério no guarda-chuva peemedebista. Indicado por Sarney, Rondeau recebeu o apoio de Renan Calheiros, mas o ex-presidente aconselhou o amigo a deixar o cargo imediatamente para sair da linha de fogo da Polícia Federal e da imprensa.
Um relatório produzido pela PF na Operação Navalha acusou Silas Rondeau de ter recebido 100 mil reais para favorecer o empresário Zuleido Veras, dono da Construtora Gautama, pivô do escândalo de fraude em obras públicas.
Durante um encontro na residência de Renan Calheiros na noite de segunda-feira, a cúpula do PMDB no Senado considerou que não havia provas contra ele, mas se convenceu de que a simples suspeita sobre o ministro o colocava contra a parede. Mais, deixava frágil a posição do grupo de Renan e Sarney tanto em relação ao governo quanto em relação ao grupo de Michel Temer.
Na ocasião, decidiram não apresentar resistências a uma eventual demissão do colega, mas combinaram não aceitar perder a pasta. Mesmo em constante pé de guerra com os correligionários do Senado, a disposição de deputados do PMDB é apoiar o grupo do Senado a ficar com a pasta, disseram fontes ligadas ao presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP).
OLHO GRANDE
Bastou Silas Rondeau entrar na berlinda para que nomes de eventuais substitutos do ministro começassem a sair dos gabinetes do Congresso e do Planalto. Enquanto Rondeau e Lula viajavam ao Paraguai na segunda-feira, circulavam entre parlamentares os nomes do presidente da Itaipu, Jorge Samek; do presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, e da presidente da BR Distribuidora, Maria das Graças Foster, todos ligados ao PT.
Num dia de intensas especulações sobre o futuro do ministro, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), adicionou mais tempero à crise nesta terça-feira. Em entrevista à rádio Jovem Pan, disse: "ninguém está acima da lei e deve prevalecer o interesse público. Se houver de fato indícios consistentes, o ideal é que ele (Rondeau) se afaste até que possa ser apurado seu envolvimento."
A declaração do dirigente foi interpretada pelo PMDB como o sinal claro das intenções do PT em relação ao cargo.
No caso de afastamento temporário de Rondeau, assume o secretário-executivo do ministério, Nelson Hubner.
Após Rondeau ser acusado pela Polícia Federal de receber 100 mil reais de propina para favorecer a Construtora Gautama em uma licitação do programa Luz para Todos, o PT vislumbrou a possibilidade de retomar o ministério.
Nos bastidores, a cúpula do PMDB no Senado começou a se mexer para evitar perder esse espaço no primeiro escalão. O PT também não ficou parado. O presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP), sugeriu que Silas se afastasse do cargo até o final das investigações da Operação Navalha.
"Não estou tratando e não vou tratar da relação do PMDB com o governo. Quem nomeia ministro é o governo", disse o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), evitando a polêmica.
Mas na segunda-feira, dia em que Silas Rondeau entrou na berlinda, caciques do partido já marcavam território: "Este ministério é do PMDB, do PMDB do Senado", afirmou um parlamentar ligado ao presidente da Casa, sob condição do anonimato.
A preocupação tem justificativa. O Ministério de Minas e Energia ganhou neste segundo mandato mais orçamento e poder, dois fortes instrumentos para obter futuros dividendos eleitorais. A pasta gerencia 55 por cento do orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para os próximos quatro anos e controla os programas do biodiesel e do etanol, meninas dos olhos do Palácio do Planalto.
"As últimas bandeiras que o governo assumiu recentemente estão lá. Esse ministério é eleitoralmente estratégico", afirmou uma outra fonte do PMDB.
CADEIRA VAZIA
O PMDB do Senado, liderado por José Sarney (AP) e Renan Calheiros, tenta construir um escudo para se defender de disputas internas e evitar que, com a cadeira vazia, a pasta volte para o domínio petista.
A expectativa de demissão de Silas Rondeau gerou insegurança sobre a permanência do ministério no guarda-chuva peemedebista. Indicado por Sarney, Rondeau recebeu o apoio de Renan Calheiros, mas o ex-presidente aconselhou o amigo a deixar o cargo imediatamente para sair da linha de fogo da Polícia Federal e da imprensa.
Um relatório produzido pela PF na Operação Navalha acusou Silas Rondeau de ter recebido 100 mil reais para favorecer o empresário Zuleido Veras, dono da Construtora Gautama, pivô do escândalo de fraude em obras públicas.
Durante um encontro na residência de Renan Calheiros na noite de segunda-feira, a cúpula do PMDB no Senado considerou que não havia provas contra ele, mas se convenceu de que a simples suspeita sobre o ministro o colocava contra a parede. Mais, deixava frágil a posição do grupo de Renan e Sarney tanto em relação ao governo quanto em relação ao grupo de Michel Temer.
Na ocasião, decidiram não apresentar resistências a uma eventual demissão do colega, mas combinaram não aceitar perder a pasta. Mesmo em constante pé de guerra com os correligionários do Senado, a disposição de deputados do PMDB é apoiar o grupo do Senado a ficar com a pasta, disseram fontes ligadas ao presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP).
OLHO GRANDE
Bastou Silas Rondeau entrar na berlinda para que nomes de eventuais substitutos do ministro começassem a sair dos gabinetes do Congresso e do Planalto. Enquanto Rondeau e Lula viajavam ao Paraguai na segunda-feira, circulavam entre parlamentares os nomes do presidente da Itaipu, Jorge Samek; do presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, e da presidente da BR Distribuidora, Maria das Graças Foster, todos ligados ao PT.
Num dia de intensas especulações sobre o futuro do ministro, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), adicionou mais tempero à crise nesta terça-feira. Em entrevista à rádio Jovem Pan, disse: "ninguém está acima da lei e deve prevalecer o interesse público. Se houver de fato indícios consistentes, o ideal é que ele (Rondeau) se afaste até que possa ser apurado seu envolvimento."
A declaração do dirigente foi interpretada pelo PMDB como o sinal claro das intenções do PT em relação ao cargo.
No caso de afastamento temporário de Rondeau, assume o secretário-executivo do ministério, Nelson Hubner.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/225936/visualizar/
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