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Politica Brasil
Segunda - 21 de Maio de 2007 às 21:21

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Os presidentes de Brasil e Paraguai, Luiz Inácio Lula da Silva e Nicanor Duarte, colocaram em funcionamento nesta segunda-feira as duas últimas turbinas da represa binacional de Itaipu, a hidroelétrica de maior capacidade de geração do planeta.

A gigantesca usina sobre o rio Paraná funciona agora com 20 turbinas, cada uma com capacidade de 700 MW (megawatts/hora), totalizando 14 mil MW.

Lula, que foi recebido com críticas da imprensa paraguaia, que chamou o Brasil de "imperialista", declarou que a represa deixará de ser motivo de discórdia.

"A sociedade vai compreender que num futuro próximo haverá tantas empresas brasileiras produzindo em território paraguaio que Itaipu já não será motivo de discussão entre nós", afirmou o presidente brasileiro.

Duarte estimou que "cedo ou tarde será preciso encontrar um consenso político, um acordo social, para começar a rever os termos do tratado de Itaipu, buscando maior justiça e igualdade".

"Acho que é possível um grande acordo político a curto e médio prazos para refletir com maior serenidade o que Itaipu representa para nossos povos", frisou.

Lula destacou que a represa "está pronta" e que, "de agora em diante, será mais fácil resolver os problemas entre Paraguai e Brasil".

O diretor-técnico de Itaipu, Antonio Otelo Cardoso, disse que com as duas novas turbinas a usina "está pronta para colaborar com o crescimento do Brasil e evitar o risco de crise energética".

Segundo Otelo Cardoso, o próximo passo será modernizar, nos 10 ou 12 anos seguintes, as outras 18 turbinas de Itaipu, ao custo de 350 milhões de dólares.

O Brasil compra quase toda a energia produzida por Itaipu, para abastecer os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O Tratado binacional de Itaipu foi firmado em 1973 e a hidroelétrica começou a ser construída no ano seguinte. Após 33 anos, Itaipu é responsável por 20% da energia consumida no Brasil e por 95% da utilizada no Paraguai.

No domingo, o jornal paraguaio ABC acusou o Brasil de ser "imperialista e explorador", o que foi qualificado hoje por funcionários brasileiros de crítica "inadequada e inaceitável".

"O Paraguai nunca sofreu injustiças" nesta questão, afirmou o diretor-jurídico da Itaipu Binacional, João Bonifácio Cabral Junior, que admitiu a existência de "reivindicações", envolvendo o reajuste anual da dívida de 20 bilhões de dólares que a empresa binacional mantém com a Eletrobras, que já foram superadas por um acordo bilateral.

O acordo prevê a eliminação, a partir de 2008, da indexação da dívida aos índices americanos de inflação.

O pagamento da dívida está "totalmente em dia", garantiu a diretora administrativa de Itaipu, Margarete Groff.

A funcionária lembrou que, do total da energia gerada em Itaipu, cada país tem o direito a 50%, mas o Paraguai consome apenas 7,78%, e o excedente é vendido para o Brasil, que paga um valor adicional de dois dólares por megawatt hora (MW) sobre o preço, o que equivale a 2.000 dólares por GW.

Groff destacou que, desde o início do seu funcionamento, em 1984, Itaipu já gerou 6 bilhões de dólares em royalties, dividido em partes iguais entre Brasil e Paraguai.





Fonte: AFP

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