PMDB "rompe" com Blairo e partido fica sem secretaria
Mas o partido seguirá prestigiado. Pelo menos na avaliação do governador. Na reunião, ele comunicou aos peemedebistas que Silval Barbosa, que já ocupou por duas vezes o Governo e esteve cotado para ficar como secretário de Educação, secretário de Infra-Estrutura entre outros, será uma espécie de “super-vice”. Maggi tem planos para aproveitar Barbosa – considerado até aqui a estrela em ascenção no PMDB. Não adiantou o que pretende fazer com o vice-governador. Silval não quis se pronunciar sobre seu futuro partidário e tampouco sobre a incômoda situação do PMDB perante o Governo.
À saída do gabinete de Maggi, Bezerra confirmou que o partido recebeu convites para ocupar as secretarias de Educação e de Infra-Estrutura, mas que, posteriormente, acabou sendo desconvidado. O suficiente para detonar a crise do Governo com o partido. Na Assembléia Legislativa, o eloqüente deputado José Carlos do Pátio cobrou uma postura do Governo sobre o aproveitamento de Silval Barbosa e também da própria participação da sigla na administração. Pátio – que não esteve na reunião – chegou a defender abertamente o rompimento do partido com Maggi, temendo pelos projetos partidários de 2008 e 2010.
O deputado Valter Rabelo, um dos mais ácidos críticos do Governo, especialmente na área de Segurança Pública, disse que o PMDB agora é independente. Ele criticou o governador Blairo Maggi por promessas supostamente não cumpridas. “O governador deveria respeitar o PMDB” – disse. O político-apresentador, no ataque, chegou a mencionar uma exposta frase de Blairo Maggi quando assumiu o Governo no tocante a “quebra de paradigmas” – que até agora, segundo ele, não aconteceu. Rabelo manifestou que não acredita que Silval Barbosa irá querer o cargo de “super-vice” a ser implementado por Maggi. “Ele é um homem de partido e tem história no PMDB” – provocou.
Excluído de participar do Governo, o PMDB agora buscará seu rumo. A postura da sigla perante a gestão Maggi será de despreocupação com uma eventual falta de governabilidade. Por exemplo, a partir de agora a sigla quer saber da redução da carga tributária – possivelmente uma das mais elevadas no país na cobrança de telefonia e energia elétrica. O PMDB pretende também cobrar do Governo implementação de projetos sociais e na área de segurança pública. “Vamos votar o que é de interesse do Estado” – disse Rabelo.
A rigor, Maggi faz uma aposta alta. Pelas exposições, ele não acredita que o PMDB vá fazer aquilo que o PT eventualmente faria na Assembléia Legislativa. Maggi joga todas as fichas em Silval Barbosa como bombeiro capaz de atenuar possíveis efeitos contra o Governo. Ele já delegou para Barbosa, por exemplo, a missão de ser o articulador do Executivo junto ao Legislativo – o que deveria ser feito pela Casa Civil. Na Assembléia o PMDB tem quatro deputados, inclusive, o vice-líder, Juarez Costa, cujo cargo também será discutido.
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