Maggi quer que Silval atue como se fosse Pagot, o 'trator político'

O governador Blairo Maggi (PR) disse na manhã desta segunda-feira a parlamentares e integrantes da executiva do PMDB que quer fazer do seu vice, o peemedebista Silval Barbosa, um “super-vice”. A idéia agrada e desagrada os democráticos. O governador anunciou também que não há mais vaga disponível no primeiro escalão. Até agora, Maggi tem os peemedebistas como aliados.

No entendimento de uma ala do PMDB, o plano de Maggi é que seu vice substitua e haja como se fosse o ex-secretário de Educação, Luiz Antônio Pagot, tido até um mês atrás como o mais próximo aliado do governo é único avalizado a decidir complicações políticas que envolveriam a administração de Maggi.

Até às 13 horas a cúpula do PMDB participava de uma reunião onde seria definido se vão aceitar ou não a proposta do governador.

A reunião desta manhã a portas fechadas ocorrera no gabinete de Maggi. Apareceu por lá o deputado federal Carlos Bezerra e sua mulher, a ex-deputada federal Teté Bezerra, os deputados estadual Juarez Costa, Walter Rabelo, Adalto de Freitas, o vice Silva Barbosa e parte da direção regional do PMDB.

A audiência durou cerca de uma hora. Na saída, conversaram com a imprensa o deputado federal Bezerra e os estaduais Daltinho e Rabelo. Cada um narrou sua impressão.

Pelo dito pelos parlamentares, o PMDB deixou a reunião, certo de que a partir de agora a legenda vai atuar ao lado do governo, mas com mais independência.

Note as declarações. Bezerra saiu dizendo que a “a novela acabou e que o PMDB não vai participar do governo assumindo cargos e que vai apoiar Maggi naquilo que o partido achar que é interesse público”.

Rabelo disse que “cada um [entre os peemedebistas] tem sua opinião” e que vai manter sua postura, isto é, a de não amenizar seu discurso quando o assunto tratado for o governo estadual.

Já o deputado Daltinho, filosofou: “Quando a gente quer salvar a alma, procuramos à igreja. Quando buscamos salvação para a qualidade social, recorremos à política”.

O deputado disse que a política é a “arte de conversar” e por isso gostou de ter ouvido a proposta do governador. “Saímos da fantasia da expectativa política. A partir de agora, teremos uma relação mais franca”, disse ele ao ser questionado se o PMDB não se sentiria contrariado ficando de fora do primeiro escalão do governo.

Blairo Maggi convidou e desconvidou o PMDB a participar do secretariado por duas ocasiões. Numa delas, o governador disse que Silval Barbosa assumiria a Seduc (Secretaria de Educação), a que mais recurso capta por ano, algo em torno de R$ 800 milhões.

Sem apontar justificativas, Maggi mudou de idéia e pôs na Seduc o deputado estadual Ságuas Morares, do Partido dos Trabalhadores. Depois, o governador anunciou que seu vice assumiria a Sinfra (Secretaria de Infra-Estrutura), proposta desmanchada logo em seguida.

Indagado sobre esse impasse, o deputado Carlos Bezerra disse que isso seria “um pergunta para se fazer ao governador”. Blairo Maggi não quis conversar com a imprensa. Trancou seu gabinete para a imprensa que o aguardava e mandou dizer que conversaria sobre o assunto após a reunião do PMDB.

“Não queremos cargos do governo, vamos apoiá-los em projetos que sejam de interesse da população”, desconversou Bezerra.

O deputado Adalto de Freitas, o Daltinho foi quem disse que Maggi quer que Silval Barbosa atue como ex-secretário Pagot. O parlamentar acha que politicamente o governo esteja atravessando uma fase ruim, classificada por ele como “debilitada”. Para Daltinho, Silva Barbosa tem o perfil buscado por Maggi para substituir Pagot, também conhecido na mídia como o “trator” da política estadual.

Luiz Pagot afastou do governo para assumir a chefia do Dnit (Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte), órgão federal que cuida das estradas brasileiras. É quase certa a nomeação de Pagot. No entanto, ele enfrenta correntes contrárias insufladas pelo PSDB.