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Lula volta ao Paraguai com pacote de ajuda econômica
BRASÍLIA - Quase quatro anos depois de comparecer à posse do presidente paraguaio Nicanor Duarte Frutos prometendo ajudar o vizinho a se desenvolver, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz neste domingo sua primeira visita oficial ao país, levando na bagagem um pacote de medidas para auxiliar o sócio menor do Mercosul.
Além de acordos de cooperação nas áreas de defesa, combate à febre aftosa e incentivo aos biocombustíveis, o presidente leva também ao Paraguai uma comitiva de empresários brasileiros que poderiam investir no país.
O Paraguai quer desenvolver seu parque industrial, aproveitando a redução permitida pelo Mercosul para o país na proporção de componentes nacionais nos produtos exportados, num reconhecimento das “assimetrias” entre os parceiros menores do bloco.
O percentual de componentes nacionais caiu de 40% para 25%, facilitando a exportação de produtos com mais componentes importados.
"O principal problema de estar ao lado de sócios grandes como Brasil e Argentina é atrair investimentos para o Paraguai", diz o embaixador paraguaio em Brasília, Luis González Arias.
Parceria O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai, que utiliza os portos brasileiros para seu comércio exterior, inclusive com terminal próprio no Porto de Paranaguá.
Já o Paraguai representou apenas 0,9% das exportações brasileiras no ano passado, e menos de 10% das vendas ao Mercosul. As importações representam ainda menos, 0,32% do total. No ano passado, o Brasil vendeu ao Paraguai US$ 1,2 bilhão e comprou do país US$ 295 milhões.
Nos últimos anos, vários acordos bilaterais já atenderam a algumas demandas dos paraguaios. O principal deles é a redução dos juros do empréstimo da binacional Itaipu com o governo brasileiro.
Embora a dívida seja dividida entre os dois países - sócios iguais no empreendimento - o credor é o Tesouro brasileiro, e o pagamento do débito reduz o valor líquido recebido pelo governo paraguaio pela energia gerada pela usina.
O governo brasileiro também já concordou em bancar a construção da segunda ponte ligando os dois países, para aliviar o tráfego intenso na Ponte da Amizande, entre Foz de Iguaçu e Ciudad del Leste.
Agenda A agenda do presidente Lula em Assunção começa com um fórum de empresários, no domingo à tarde, que vai contar com presidentes e diretores de empresas como Camargo Correa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, e entidades como Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Tanto o presidente Lula quanto o presidente Duarte Frutos fazem discurso no encontro, que já tem cerca de 20 participantes confirmados e tem o objetivo de estimular empresas brasileiras a investir no Paraguai.
Em seguida os dois têm um jantar privado na residência do presidente paraguaio. No dia seguinte, a agenda começa com uma oferenda floral no monumento em homenagem aos heróis da independência do Paraguai. Em seguida os dois presidentes têm uma reunião de trabalho, assinam atos de cooperação e dão entrevista à imprensa.
Biocombustíveis
Ainda pela manhã, o presidente Lula participa de um evento sobre biocombustíveis, no qual empresários brasileiros também serão estimulados a investir no país vizinho, que já produz etanol de cana-de-açúcar e quer receber a tecnologia brasileira para produzir biodiesel.
O almoço dos dois presidentes será na residência do embaixador brasileiro em Assunção, antes da partida para Foz de Iguaçu para a inauguração das duas últimas turbinas da usina de Itaipu, na divisa entre os dois países.
Também na agenda dos dois presidentes está a situação dos brasiguaios, os brasileiros que compraram terras na fronteira dos dois países e chegaram a ser ameaçados de expulsão pelo governo paraguaio, porque a lei paraguaia proíbe estrangeiros de serem proprietários de terras próximas da fronteira.
São cerca de 500 mil brasileiros nesta situação, o equivalente a 8% da população do país. Depois de muita negociação entre os dois países foi criado um grupo de trabalho bilateral e as ameaças de expulsão diminuíram, mas o assunto ainda não foi solucionado.
O presidente Lula deve ser acompanhado de cinco ministros: Celso Amorim (Relações Exteriores), Silas Rondeau (Minas e Energia), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Reinold Stephanes (Agricultura) e Alfredo Nascimento (Transportes).
Além de acordos de cooperação nas áreas de defesa, combate à febre aftosa e incentivo aos biocombustíveis, o presidente leva também ao Paraguai uma comitiva de empresários brasileiros que poderiam investir no país.
O Paraguai quer desenvolver seu parque industrial, aproveitando a redução permitida pelo Mercosul para o país na proporção de componentes nacionais nos produtos exportados, num reconhecimento das “assimetrias” entre os parceiros menores do bloco.
O percentual de componentes nacionais caiu de 40% para 25%, facilitando a exportação de produtos com mais componentes importados.
"O principal problema de estar ao lado de sócios grandes como Brasil e Argentina é atrair investimentos para o Paraguai", diz o embaixador paraguaio em Brasília, Luis González Arias.
Parceria O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai, que utiliza os portos brasileiros para seu comércio exterior, inclusive com terminal próprio no Porto de Paranaguá.
Já o Paraguai representou apenas 0,9% das exportações brasileiras no ano passado, e menos de 10% das vendas ao Mercosul. As importações representam ainda menos, 0,32% do total. No ano passado, o Brasil vendeu ao Paraguai US$ 1,2 bilhão e comprou do país US$ 295 milhões.
Nos últimos anos, vários acordos bilaterais já atenderam a algumas demandas dos paraguaios. O principal deles é a redução dos juros do empréstimo da binacional Itaipu com o governo brasileiro.
Embora a dívida seja dividida entre os dois países - sócios iguais no empreendimento - o credor é o Tesouro brasileiro, e o pagamento do débito reduz o valor líquido recebido pelo governo paraguaio pela energia gerada pela usina.
O governo brasileiro também já concordou em bancar a construção da segunda ponte ligando os dois países, para aliviar o tráfego intenso na Ponte da Amizande, entre Foz de Iguaçu e Ciudad del Leste.
Agenda A agenda do presidente Lula em Assunção começa com um fórum de empresários, no domingo à tarde, que vai contar com presidentes e diretores de empresas como Camargo Correa, Odebrecht, Andrade Gutierrez, e entidades como Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Tanto o presidente Lula quanto o presidente Duarte Frutos fazem discurso no encontro, que já tem cerca de 20 participantes confirmados e tem o objetivo de estimular empresas brasileiras a investir no Paraguai.
Em seguida os dois têm um jantar privado na residência do presidente paraguaio. No dia seguinte, a agenda começa com uma oferenda floral no monumento em homenagem aos heróis da independência do Paraguai. Em seguida os dois presidentes têm uma reunião de trabalho, assinam atos de cooperação e dão entrevista à imprensa.
Biocombustíveis
Ainda pela manhã, o presidente Lula participa de um evento sobre biocombustíveis, no qual empresários brasileiros também serão estimulados a investir no país vizinho, que já produz etanol de cana-de-açúcar e quer receber a tecnologia brasileira para produzir biodiesel.
O almoço dos dois presidentes será na residência do embaixador brasileiro em Assunção, antes da partida para Foz de Iguaçu para a inauguração das duas últimas turbinas da usina de Itaipu, na divisa entre os dois países.
Também na agenda dos dois presidentes está a situação dos brasiguaios, os brasileiros que compraram terras na fronteira dos dois países e chegaram a ser ameaçados de expulsão pelo governo paraguaio, porque a lei paraguaia proíbe estrangeiros de serem proprietários de terras próximas da fronteira.
São cerca de 500 mil brasileiros nesta situação, o equivalente a 8% da população do país. Depois de muita negociação entre os dois países foi criado um grupo de trabalho bilateral e as ameaças de expulsão diminuíram, mas o assunto ainda não foi solucionado.
O presidente Lula deve ser acompanhado de cinco ministros: Celso Amorim (Relações Exteriores), Silas Rondeau (Minas e Energia), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Reinold Stephanes (Agricultura) e Alfredo Nascimento (Transportes).
Fonte:
Estadão
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/226402/visualizar/
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