Procurador diz que não há provas nem gravações contra prefeito de Sinop

O procurador jurídico da Prefeitura de Sinop, Astor Reinheimmer, teve acesso, hoje de manhã, ao despacho da ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, que determinou a prisão de 47 acusados de envolvimento em esquema de fraudes em licitações públicas, pagamentos de propinas para políticos e servidores públicos. "Com certeza não existe pagamento de propina para o prefeito. Não há prova alguma, nem depósito, nem repasse", afirma o procurador. "Nos próprios autos não há nenhuma conversa telefônica tratando de direcionamento de vantagens indevidas para o prefeito", acrescenta Astor, ao Só Notícias.

No despacho consta que o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano de Sinop Jair Pessine, que também foi preso, foi visto conversando com um diretor da empreiteira Gautama, em um hotel, em Brasília. A acusação é que ele teria intermediado recebimento de R$ 200 mil em propina e que o prefeito seria beneficiado.

"A assessoria jurídica do prefeito em Brasília está tomando todas as medidas para resolver esta situação e os recursos cabíveis. O prefeito vai prestar todos os esclarecimentos necessários para a Justiça e estou convicto de sua inocência porque o processo licitatório da rede de esgoto em Sinop, cujas obras nem iniciaram, foi internacional e vencido por um grupo de empresas", acrescentou.

Nilson foi detido ontem em Sinop e encaminhado para Brasília. Ele está na superintendência da Polícia Federal e deve depor a partir de segunda-feira. Inicialmente, os depoimentos seriam hoje, mas no despacho da ministra estão confirmados para segunda-feira.

A Gautama é acusada também de pagar propina para políticos no Nordeste e até de dar um carro para um ex-governador. Diretores da empresa estão entre os 47 presos.