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Politica Brasil
Quinta - 17 de Maio de 2007 às 20:02

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O governo da Bolívia afirmou nesta quinta-feira que analisa uma proposta de contrato feita pela Petrobras para comprar as refinarias da empresa, mas não quer acelerar a assinatura do documento porque deseja revisar os detalhes com cautela.

"Temos um mês e não queremos acelerar (...). De nenhuma das partes, houve interesse em acelerar. Temos que tomar todo o cuidado necessário", disse hoje o ministro de Hidrocarbonetos Carlos Villegas, em entrevista coletiva.

A venda das duas refinarias controladas pela Petrobras na Bolívia, uma em Cochabamba (no centro) e outra em Santa Cruz (no leste), foi acertada na semana passada, por US$ 112 milhões.

Em comunicado, a Petrobras disse na quarta-feira que esperava concluir hoje as conversas sobre a transação, porque não via "nenhum obstáculo para a rápida venda e transferência das operações" à empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).

O anúncio da empresa brasileira coincidiu com a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de investigar os detalhes da venda para verificar denúncias de que o Estado brasileiro teria sofrido prejuízos na negociação.

De acordo com o presidente boliviano, Evo Morales, a Petrobras pediu, inicialmente, US$ 200 milhões pelas refinarias. Depois, porém, desceu sua pretensão para US$ 153 milhões, para US$ 135 milhões e, finalmente, fechou nos US$ 112 milhões do acordo, o que é quase o dobro dos US$ 60 milhões oferecidos pela Bolívia originalmente.

Villegas insistiu em que o acordo com a Petrobras fixa um período de até 30 dias para a elaboração do contrato, que está sendo revisado pelas equipes técnicas da companhia brasileira e da YPFB.

"Não vamos pressionar para que acelerem, porque, para o governo boliviano, esse é um documento fundamental, já que é o respaldo legal para a compra das refinarias", comentou o ministro.

"Portanto, as equipes estão trabalhando, e uma vez que finalizem o trabalho, (informaremos) quando os presidentes da Petrobras e da YPFB tiverem que assinar o contrato", acrescentou.

A companhia petrolífera brasileira continua administrando as duas refinarias em um período de transição, para transferir relatórios ao governo boliviano, por exemplo, sobre a relação e os salários dos empregados.

Villegas afirmou que, por respeito às normas e ao governo brasileiro, preferia não dizer "absolutamente nada" sobre a decisão do TCU do Brasil de investigar o acordo de venda.

A compra das refinarias é mais um passo dado no marco da nacionalização petrolífera decretada há mais de um ano por Morales. Agora, ela se concentrará nas negociações para tomar o controle da Companhia Logística de Hidrocarbonetos da Bolívia (CLHB), de capitais peruanos e alemães.

Mais tarde, o Estado boliviano também deve assumir o controle das produtoras Andina (Repsol YPF) e Chaco (British Petroleum) e da transportadora de hidrocarbonetos Transredes





Fonte: EFE

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