Análise de cem dias do PAC é 'enganosa', aponta PSDB
Na contabilidade do PSDB, 18% da expansão de energia prevista no programa está comprometida e "é praticamente uma miragem". No balanço oficial, o governo apontou que 3,8% dos empreendimentos de energia estão comprometidos e, por isso, receberam sinal vermelho ("preocupante"). A análise do PSDB critica o fato de o governo ter tratado com a mesma importância uma pequena usina que está sendo construída em Mato Grosso, a Toricoejo, com capacidade de gerar 76 megawatts e que recebeu sinal verde ("satisfatório"), à usina de Jirau, no Rio Madeira, que deverá gerar 3.326 megawatts, mas está parada por falta de licença ambiental e recebeu sinal vermelho.
O partido optou por fazer a comparação com base na capacidade de geração de energia de cada usina em vez de, como fez o governo, contar cada usina como uma obra. Pelo critério do PSDB, está "seriamente comprometida" a geração de 7.126 megawatts. Segundo os tucanos, é o equivalente a 18% da meta de ampliar a geração de energia em 39.806 megawatts "num horizonte que vai além de 2010". A meta do governo é ampliar a produção de energia em 12.300 megawatts até 2010 e em quase 40 mil megawatts até 2015. A produção atual de energia no País é de pouco mais de 98 mil megawatts.
O PSDB critica ainda o fato de que, de 1.646 ações do PAC, apenas 109 foram detalhadas no balanço do governo. No setor de energia, os tucanos reclamam que apenas 22 obras ou projetos foram detalhados, do total de 202 ações previstas no plano. O texto do documento diz que o governo quer transformar o PAC "no Fome Zero do segundo mandato" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Brasil Real"
O documento é o primeiro de uma série de "cartas de conjuntura" que o Instituto Teotônio Vilela lançará a cada 15 dias, como parte da série intitulada "Brasil Real". Outra crítica é ao fato de o governo ter considerado adequado, com sinal verde, o andamento de obras como as eclusas da usina de Tucuruí, no Pará, empreendimento iniciado há 25 anos.
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