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Politica Brasil
Segunda - 14 de Maio de 2007 às 08:03

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A senadora Serys Marly, presidente regional do PT, se vê literalmente numa saia-justa. Ele nem conseguiu superar ainda o desgaste político por causa da acusação dos Vedoin, de que estaria envolvida na máfia dos sanguessugas (foi absolvida depois pelo Conselho de Ética do Senado), e agora enfrenta outra situação um tanto constrangedora: defender o governo Blairo Maggi, de quem foi opositora ferrenha.

O PT agora é Maggi de carteirinha. Com o secretário Ságuas Moraes e com a adjunta Vera Araújo, o partido conduz a Educação, maior pasta em termo de estrutura funcional e orçamentária do governo do Estado. Serys foi uma das integrantes da executiva estadual que votaram favorável à aliança PT-governo Maggi. Ela procura argumentos para minimizar o desgaste. Um deles é que Maggi apoiou a reeleição do presidente Lula no segundo turno e, antes, já havia declinado preferência ao nome de Alexandre Cesar, também no segundo turno em 2004 na disputa à Prefeitura de Cuiabá.

Apesar disso, a senadora não demonstra entusiasmo pela gestão do "rei da soja". Tem lá suas razões. No ano passado, enfrentou Maggi nas urnas e disparou contra ele vários ataques. Serys obteve uma votação decepcionante. Ficou em terceiro lugar, com 159.686 votos (11,3% dos válidos), atrás do tucano Antero de Barros (279.873 - 19,8%), enquanto Maggi se reelegeu no primeiro turno com 922.765 votos (65,3%).

Recordação

Em agosto de 2003, Maggi, que estava com oito meses de mandato, disse que o PT deveria "estar mais preocupado em arrumar as BRs" e que a senadora deveria "desmontar o palanque e só montá-lo em 2006". Em resposta, Serys retrucou: "Que se preocupe em governar (...). Aqui (em Brasília), ele (Maggi) é muito chegado a Lula. Chega aí (em Mato Grosso), a equipe dele é quem mais malha o governo Lula no interior. Aqui é bom menino, aí é outra coisa".

Já em maio do ano passado, no programa regional de TV do seu partido, Serys dizia, ao defender um novo modelo de adminstração e criticar o governo Maggi: "Queremos um modelo que tenha participação efetiva da população no poder e não um projeto excludente". No mês seguinte, antes de ser oficializada em convenção do PT como candidata a governadora, Serys não admitia aliança com Maggi. "Acredito que não há nenhuma chance para isso ocorrer em relação a alianças. O PT tem um projeto colocado e que já foi aprovado pela militância".

Depois, ao ter o nome aclamado como candidata, disse, numa referência ao governador: "Estou pronta para enfrentar Maggi e apresentar um projeto alternativo para Mato Grosso. Um projeto que não seja monosetorial como do atual governo".

Agora, Serys e Maggi passam uma borracha nos discursos do passado e se juntam politicamente. O "namoro" só deve durar enquanto os próximos pleitos não se aproximam.





Fonte: RD News

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