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Politica Brasil
Sexta - 11 de Maio de 2007 às 14:57

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Menos de 24 horas depois do governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves, ter admitido a possibilidade de uma parceria com o PT em 2010, o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), afirmou que "subscreve integralmente" a avaliação do governador e foi além.

"Acho não só possível como provável que estejamos juntos no futuro", afirmou. Tasso observou, no entanto, que para pensar em um projeto conjunto do PT e do PSDB será preciso, antes "curar as feridas eleitorais" de ambos e isso demandará tempo.

Exatamente por isso, ele avalia que uma parceria já na sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não é provável". Na sua opinião, porém, não é o PSDB que está se aproximando do PT e sim o inverso. "Foram eles, os petistas, que mudaram, deixaram as teses marxistas e ficaram mais liberais. O PT hoje é social-democrata", afirmou o tucano, para quem seu PSDB ficou no mesmo lugar.

"No fundo, o que o PT diz hoje é: vocês tinham razão." Assim como Aécio, o senador também advertiu que o governo Lula está cometendo "erros gravíssimos". Por causa disso, ele acha que a obrigação do tucanato hoje é "apontar esses erros e fazer oposição".

Críticas - Quando o assunto é política externa, por exemplo, o tucano afirmou que Lula deixará uma "herança maldita" ao sucessor. Para ele, o presidente entregará "um Brasil completamente isolado, que não pertence a bloco econômico algum", uma vez que o Mercosul está "destruído" e o governo "encerrou" a conversa sobre a Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

"O PT, como regra geral, é um desastre administrativo e o caos aéreo é o retrato da crise de gestão pública do governo federal", acrescentou. O senador insistiu em que o PSDB faz sérios reparos ao governo Lula. "Mas não fazemos política com o fígado", ressalvou.

A parceria eleitoral, que Tasso admitiu ser possível exatos 20 dias depois de visitar Lula no Palácio do Planalto, já foi seriamente discutida por petistas e tucanos. O presidente do PSDB disse lembrar muito bem desse debate, ocorrido durante o governo de Fernando Collor, quando as duas legendas estavam no campo da oposição.

Era ele mesmo, Tasso, quem estava à frente do PSDB, e o PT então era presidido por Lula. "Conversamos aberta e seriamente sobre isto", contou. Segundo ele, foi nessa época que os dois presidentes de partido se aproximaram e a discussão avançou até o ponto da negociação em torno da montagem de uma chapa tucano-petista.

Chegou-se, inclusive, a uma predefinição em que o PSDB indicaria o cabeça-de-chapa e o PT apontaria o candidato a vice-presidente, que sem dúvida seria o próprio Lula. Um dirigente tucano disse, no entanto, que a parceria empacou na privatização, quando as cúpulas dos dois partidos passaram a discutir um projeto comum de país e o PT repudiou a idéia da venda de estatais.

Embora o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que é presidente de honra do PSDB, tenha criticado sua ida ao Planalto e cobrado uma posição mais firme do partido e de seus governadores na oposição ao governo de Lula, Tasso acredita que a maioria do PSDB comunga com a idéia de uma reaproximação futura do PT.

O senador inclui o governador de São Paulo, José Serra, nessa maioria. Outro dirigente tucano, que preferiu não se identificar, destacou que a aproximação, que tem a bênção dos dois principais presidenciáveis do PSDB (Aécio e Serra), já é fato concreto.

Não fosse isto, insistiu o dirigente, o petista Arlindo Chinaglia (SP) não seria presidente da Câmara. Ele entende que Chinaglia foi eleito com os votos das bancadas do PSDB ligadas aos dois governadores.





Fonte: Tribuna da Imprensa

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