Menino deixado em terreno baldio é encaminhado ao Lar da Criança

Um bebê recém-nascido, ainda com cordão umbilical e aparentando sete dias de vida, foi abandonado ontem numa passagem entre uma oficina de sucata e o motel Cantinho, na avenida Jurumirim, no bairro Bosque da Saúde. A criança estava bem protegida do frio com luvinhas e manta. Ao lado da criança, a pessoa que a colocou próximo ao muro do motel deixou uma sacola cor de rosa repleta de roupas infantis. Por volta das 11 horas, um pedestre avistou o menino ao lado do muro do motel e comunicou ao dono da oficina de sucata, Faustino Corrêa de Moraes. "Eu não acreditei que alguém poderia abandonar uma criança, ainda mais num dia frio", comenta.

Faustino Moraes abrigou o menino na sua casa e o bebê dormiu. Ele relata que em nenhum momento o recém-nascido chorou. Em seguida, o sucateiro acionou o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), e funcionários do órgão comunicaram o Corpo de Bombeiros e o Conselho Tutelar do Centro. A última equipe chegou no local por volta das 11 horas da manhã e encaminhou o recém-nascido para o Lar da Criança, onde fez exames. O bebê tem pele clara, cabelos escuros, pesa 3,150 kg e está em perfeito estado de saúde.

A oficina de sucatas abriu às 7 horas da manhã e Moraes garante que não se lembra de ter visto alguém deixar a criança. "Isso pode ter ocorrido pela madrugada, ou então eu não vi mesmo, porque o garoto não chorou e pela distância não teria como enxergá-lo". A oficina de sucatas está situada num terreno inferior à altura da passagem, que liga a avenida Jurumirim à rua Pérolas, no Bosque da Saúde. Ainda há uma planta que esconde a visão do local onde o bebê foi deixado.

O conselheiro que atendeu o caso, Delvi Lins, disse que encontrou a criança muito bem. "As fraldas descartáveis estavam secas, o menino é calmo, estava aparentemente bem cuidado". Ainda ontem, no período da tarde, o conselheiro encaminhou o relatório da situação ao Juizado e Promotoria de Infância e Juventude e à Delegacia Especializada dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica), para que sejam realizadas as investigações de quem são os pais e familiares do bebê.