Maggi não contorna crise na AL; Riva manda recado

Nem o retorno do governador Blairo Maggi (PR) ocorrido ontem conseguiu por um fim na celeuma criada pela tramitação de matérias como o reajuste dos oficiais da Polícia Militar que exclui os soldados e praças e o veto do Fundo Estadual de Transportes e Habitação (Fethab) que destina 30% da arrecadação para as Prefeituras Municipais. "O governador precisa deixar de ficar ouvindo puxa-sacos e aceitar críticas", disse o deputado José Riva, primeiro-secretário da Assembléia Legislativa que esta exigindo na Casa Civil a demissão de todos os 10 cargos nomeados a seu pedido no início deste segundo mandato do governador Blairo Maggi.

Para o deputado a apresentação das mensagens da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram feitas de forma equivocada e sem um mínimo de discussão com os deputados estaduais. "O governador só veio tratar da matéria depois que a mesma estava em tramitação. Sem mudanças na proposta fica difícil se construir um entendimento", sinalizou José Riva que traduz o sentimento de muitos outros parlamentares com a falta de diálogo por parte do chefe do Poder Executivo.

O parlamentar do PP assegurou que se a matéria da Polícia Militar já estivesse aprovada, a crise dentro da corporação teria consequências irreversíveis. "Aprovada do jeito que está racha a base política do governo no Parlamento e dentro da Segurança Pública", frisou.

O presidente da Assembléia, Sérgio Ricardo, lembrou que a intenção dos deputados é melhorar a proposta do Executivo e desafiou a realização de uma reunião ampliada entre oficiais, soldados e praças para se discutir qual é a melhor proposta. "Temos que ver que estamos falando de profissionais que arriscam suas vidas cotidianamente e tem que ter uma forma de remuneração diferenciada", sinalizou o presidente, acreditando que não existe crise, apenas posições divergentes.

Riva preferiu não envolver a questão político-partidária com a instabilidade no relacionamento Executivo x Legislativo, mas sinalizou existir descontentamento com o tamanho do espaço do PP na gestão Blairo Maggi.