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Internacional
Quarta - 09 de Maio de 2007 às 22:40

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O presidente do Equador, Rafael Correa, apresentou hoje ao subsecretário de Estado dos Estados Unidos, John Negroponte, a importância da ampliação das preferências tarifárias andinas (ATPDEA) para seu país e sua vontade de negociar um acordo comercial bilateral "de benefício mútuo".

Segundo a chanceler equatoriana, María Fernanda Espinosa, não foram discutidas nem a possível denúncia por parte do Equador sobre o tratado de investimentos entre os dois países nem a mudança de sede das manobras militares Unitas, assuntos que causaram tensões nas relações bilaterais nos últimos dias.

Negroponte chegou hoje a Quito após ter visitado Bogotá e ainda nesta quarta viajará para Lima após assinar um acordo de garantias com três instituições equatorianas.

Em declaração à imprensa, Espinosa, que foi a única a falar após o encontro, destacou a importância de Negroponte afirmar hoje que o Governo de George W. Bush apóia a renovação das preferências tarifárias que os EUA concedem aos países andinos por sua luta contra o narcotráfico, conhecidas pela sigla ATPDEA.

As ATPDEA também contam com grande apoio entre a maioria democrata do Congresso americano, que tem de decidir se amplia sua vigência.

"Estamos lutando por isto no Congresso (...), queremos a extensão" das ATPDEA, disse Negroponte antes de se reunir com Correa.

Por outro lado, segundo Espinosa, Correa "foi enfático ao destacar que o Equador não apóia os princípios do chamado livre-comércio e que acredita que a assinatura do Tratado de Livre-Comércio (TLC) tem sido muito prejudicial para as economias camponesas e os interesses do Equador".

"Acreditamos em acordos comerciais previsíveis, de longo prazo, eqüitativos e de mútuo benefício", declarou a ministra, que afirmou que o Governo equatoriano estaria disposto a iniciar conversas com os EUA sobre este aspecto.

Para ela, nestas discussões "é óbvio que o resultado final será muito diferente do TLC que o Equador esteve negociando" com aquele país durante cerca de dois anos.

A ministra avaliou que a reunião com Negroponte "foi muito cordial", apesar da delicada relação bilateral.

No encontro, Correa teria ressaltado "o processo constituinte, as eleições de 30 de setembro (para escolher os novos membros da assembléia) e a transformação pedida pelo país através de um novo marco constitucional".

O presidente do Equador, afirmou Espinosa, "reiterou que o país está empenhado no processo de transformação social real e que não pode haver democracia política sem a existência de uma democracia econômica".

Outro assunto abordado na reunião foi o "processo de diálogo construtivo e de progressiva normalização das relações (do Equador) com a Colômbia", afetadas com freqüência pela violência gerada pela guerrilha e pelo narcotráfico deste país.

Negroponte esteve acompanhado do secretário-adjunto de Assuntos do Hemisfério Ocidental, Thomas Shannon, e da embaixadora americana em Quito, Linda Jewell.

Junto de Correa, além de Espinosa, estiveram a ministra da Defesa, Lorena Ecudero, o ministro de Governo, Gustavo Larrea, a secretária de Comunicação, Mónica Chuji, o secretário da Produção, Patrício Dávalos, e o comandante da Força Naval, o vice-almirante Homero arellano.

Como Espinosa havia dito que não foi debatida a transferência, pelo Comando Sul dos EUA, das manobras multilaterais Unitas, que tradicionalmente são realizadas no Equador, para a Flórida, o Governo equatoriano enviou hoje uma nota pedindo explicações à embaixadora Jewell.

Apesar de o prazo final para a denúncia sobre o Tratado de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos com os EUA expirar na próxima sexta, esta questão tampouco foi debatida, informou a ministra.

Durante os 90 minutos que Negroponte permaneceu no Palácio de Carondelet, trinta pessoas ligadas a grupos de defesa dos direitos humanos criticaram sua visita ao Equador.

Os manifestantes cantaram slogans como "Negroponte assassino" e colocaram capuzes negros para relembrar a situação dos presos em Guantánamo e as torturas realizadas na prisão iraquiana de Abu Ghraib.




Fonte: EFE

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