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Meio Ambiente
Quarta - 09 de Maio de 2007 às 19:40

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O Banco Mundial (BM) citou hoje o México como "referência internacional" no manejo florestal comunitário para a produção de madeira, uma estratégia que permite a conservação de recursos naturais e ajuda na luta contra a pobreza e para a redução da violência.

Assim afirma um estudo do BM apresentado hoje na Cidade do México pelo especialista em desenvolvimento rural do organismo Gerardo Segura.

Embora Segura admita que o desmatamento ainda é um problema no México e em outras nações latino-americanas, sustentou que esta situação começou a mudar graças a que os povos camponeses se envolvem na exploração das florestas e das selvas.

"A taxa de desmatamento que tínhamos na década de 90 começou a diminuir", afirmou o especialista, ao antecipar que as autoridades ambientais mexicanas farão em breve uma avaliação do fenômeno que confirmará esta tendência.

O relatório do BM, elaborado por especialistas mexicanos e americanos, destaca que, entre 1992 e 2002, o Governo concedeu permissões para produzir madeira a 2.300 terras comunais e comunidades em uma superfície total de 2,8 milhões de hectares.

Segundo o estudo, 75% destes grupos se concentram nos estados de Durango, Michoacán, Chihuahua, México, Oaxaca, Puebla, Jalisco, Chiapas, Guerrero e Quintana Roo.

Após analisar o ocorrido nestas regiões, o documento conclui que "as comunidades podem controlar o desmatamento e conservar a biodiversidade igualmente ou de um modo mais efetivo que nas Áreas Protegidas", embora Segura esclareça que as duas fórmulas são complementares.

O aproveitamento da madeira, segundo o relatório, "permite gerar emprego e receita que contribuem de uma maneira importante para combater a pobreza rural de muitas regiões do país", justamente onde a situação econômica da população é pior.

O modelo contribui inclusive "para a redução dos conflitos sociais", acrescenta o relatório, que comparou uma localidade rural do estado de Guerrero (sul), um dos mais violentos do país, na qual aconteceu esta prática, e outra na mesma região na qual o método não foi aplicado.

Para o acadêmico americano David B. Bray, um dos responsáveis pelo relatório, "o que distingue o manejo florestal no México é a organização para a produção de madeira".

Este fenômeno "mal está começando em outros países", e é "um campo no qual o México está na vanguarda mundial", em parte graças à reforma agrária, surgida em 1917.

Bray ressaltou também que "quase 10% das comunidades florestais no México têm serrarias", enquanto "no resto do mundo não existem tantas comunidades que tenham alcançado este nível de organização".

Este é um dos motivos principais do êxito do manejo florestal comunitário no país, ressaltou.





Fonte: EFE

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