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Nacional
Terça - 08 de Maio de 2007 às 10:45

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CIDADE DO VATICANO - na primeira etapa de sua visita de cinco dias ao Brasil, onde abrirá no santuário de Aparecida a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe (Celam).

Trata-se de sua primeira viagem à América, onde vive metade dos 1,3 bilhão de católicos do planeta, e a sexta pelo mundo desde que foi eleito Pontífice, há pouco mais de dois anos.

Joseph Ratzinger, de 80 anos, viaja ao "continente da esperança", como ele mesmo chamou no domingo, para lançar uma "grande mensagem" a favor da vida e contra a pobreza e a desigualdade social, segundo o cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone, poucas horas antes da viagem.

Bento XVI pediu a intercessão de Nossa Senhora para que Deus abençoe o encontro dos bispos latino-americanos "com frutos abundantes" e que saiam da reunião as diretrizes de uma nova evangelização. Segundo o Papa, é disso que a América Latina precisa para enfrentar a diminuição do número de católicos, o crescimento das seitas e o avanço do "secularismo hedonista", como chamou. Por isso, ele pediu uma reflexão aos sacerdotes da região para buscar as respostas certas para enfrentar os problemas.

O cardeal Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo e atual chefe da Congregação para o Clero, considerado grande conhecedor da América Latina, concorda com o Papa sobre a necessidade de buscar novos caminhos para reconquistar os fiéis.

Segundo Hummes, a Igreja deve buscar os fiéis em suas casas por meio de uma nova evangelização que conte com a participação dos laicos para afastá-los das seitas.

Segundo observadores católicos, o crescimento das seitas na América Latina se deve à crise do catolicismo, à decadência moral da sociedade e à pobreza na qual vive grande parte da população.

Por isso, Bento XVI considera que a luta contra a pobreza é prioritária para a Igreja Latino-Americana. O Papa denunciou que a pobreza afeta a educação, a saúde, a moradia e o desenvolvimento integral da pessoa.

De acordo com as lideranças da Igreja, o Pontífice conhece perfeitamente a América Latina e todas as atenções estarão voltadas para o discurso e a homilia que ele pronunciará no domingo, na missa inaugural e na primeira sessão da 5ª Assembléia Geral do Celam.

No pronunciamento, espera-se que sejam demarcadas as linhas gerais da "nova evangelização".

Bento XVI deve sair de Roma às 9h (4h de Brasília) de amanhã. Após 12 horas e meia em um percurso de quase 9.500 quilômetros, chegará a São Paulo, para a primeira etapa da viagem, no meio da tarde. Lá será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem voltará a se encontrar na quinta-feira e tratará da pobreza e de outros temas sociais.

Em São Paulo, onde ficará até a sexta-feira, o Papa se reunirá com os jovens, com os eclesiásticos brasileiros e representantes de outras religiões, e canonizará Frei Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil.

De lá, seguirá para Aparecida, a 160 quilômetros da capital paulista, onde fica o Santuário de Nossa Senhora Aparecida.

Na esplanada do santuário, visitado anualmente por cerca de 8 milhões de fiéis, o Papa celebrará a missa inaugural da 5ª Celam, que ocorre até o dia 31 de maio na cidade.

No encontro, os sacerdotes analisarão o avanço das seitas e a perda da fé católica; a pobreza; os excluídos; a disparidade cada vez maior entre ricos e pobres no continente; a globalização; a violência; o narcotráfico; o papel da mulher e dos jovens na Igreja Católica e a situação política dos países.

Ao todo, 176 eclesiásticos de toda a América, Espanha e Portugal participarão do encontro, além de 24 sacerdotes diocesanos, 23 religiosos, quatro diáconos, 17 laicos, seis representantes ecumênicos, cinco membros de organismos de ajuda à Igreja Católica e 15 especialistas.

Os participantes vêm de 35 países, entre eles Espanha e Portugal, cujas igrejas são consideradas "de referência" pelo Conselho Episcopal Latino-Americano.

A 5ª Conferência do Celam sucede as que ocorreram no Rio de Janeiro (1955), em Medellín (Colômbia, 1968), em Puebla (México, 1979) e em Santo Domingo (República Dominicana, 1992).





Fonte: EFE

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